Uma nova série de manifestações contra pessoas acusadas de terem participado de atos de violações de direitos humanos, no período da ditadura militar, está programada para a próxima semana. Segundo seus organizadores, os protestos vão se intensificar até que a presidente Dilma Rousseff instale oficialmente a Comissão da Verdade.
As manifestações serão realizadas mais uma vez diante da residência ou local de trabalho de agentes de Estado que supostamente teriam participado de atos sequestro, tortura e ocultação de cadáveres de prisioneiros políticos. O objetivo é denunciá-los e expô-los publicamente perante a comunidade.
Esse tipo de protesto é copiado da Argentina, onde ganharam o nome de escracho. No Brasil tem sido chamado de esculacho.
Quem assume a responsabilidade pela sua organização é o movimento Levante Popular. Segundo um de seus porta-vozes, Edson Rocha Junior, o objetivo é pressionar a presidente da República a instalar a comissão, criada em novembro. Para que isso ocorra falta nomear as sete pessoas que farão parte dela.
Ainda segundo Rocha Junior, quando a comissão for instalada não haverá mais necessidade desse tipo de protesto.
Os primeiros esculachos foram realizados no final de março. Em São Paulo, os manifestantes se reuniram com faixas e megafones diante da sede da empresa de segurança privada Dacala, controlada pelo policial civil aposentado David dos Santos Araújo. Usando o codinome Capitão Lisboa, ele teria participado de sessões de tortura, segundo denúncias de ex-presos políticos.
Atos semelhantes se repetiram em diversas partes do País. O Levante da Juventude é ligado ao Consulta Popular, grupo que agrega diferentes movimentos, sem organização formal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.