O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), cobrou nesta segunda-feira da presidente Dilma Rousseff uma decisão sobre o destino do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que não seja baseada apenas no aspecto legal, mas no princípio ético. Também afirmou que ainda há explicações a serem dadas pelo ministro sobre o rápido crescimento de seu patrimônio. "Tem que falar ou então tem que deixar de ser ministro", disse Guerra.
Na avaliação do tucano, Dilma quer "ganhar tempo" e por isso decidiu esperar a manifestação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "O pronunciamento do procurador-geral terá que ter foco na questão puramente legal. Do ponto de vista ético, a manifestação que se espera é da presidente. Ela deve zelar pelo conceito do governo", afirmou.
O dirigente tucano criticou e ironizou a interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na crise política iniciada há três semanas e o fato de petistas terem seguido as instruções de Lula.
"O fato concreto é que a presidente não está passando para a população brasileira a ideia de que é capaz de comandar seu próprio governo no momento em que o principal ministro da República passa por turbulência de grande proporção. A presidente tem que resolver isso, é uma questão da autoridade dela. Na medida que não resolve, não mostra autoridade nem liderança", disse Guerra, que se reuniu no Rio de Janeiro com a direção regional do PSDB. "Não se sabe ao certo se é a presidente que quer o Lula para lhe aconselhar ou é o Lula que quer aconselhar a presidente. Não é a presidente que é dura, o Lula é que é osso duro de roer", brincou.
Guerra deixou claro que a oposição não pretende desistir da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "Não entendi por que o ministro Palocci é capaz de ir para a televisão falar para milhões de brasileiros durante quase trinta minutos e não vai ao Congresso se explicar. Que democrata é esse? O que está óbvio é que há uma operação de abafa brutal para proteger ou o ministro ou os fatos que o ministro não declarou", reclamou o tucano, citando a entrevista de Palocci ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de sexta-feira passada.
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