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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chamou de "canalhice" acusação feita pelo deputadoProtógenes Queiroz (PC do B-SP) de que sua mulher, a subprocuradora Cláudia Sampaio, teria recebido R$ 280 mil do banqueiro Daniel Dantas (Opportunity) para quebrar seus sigilos. Para Gurgel, trata-se de uma reação "intolerável e inaceitável" de Protógenes, contra quem, segundo ele, "pesam suspeitas gravíssimas".

Em palestra na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Caetano do Sul, o deputado afirmou que a subprocuradora teria dito em parecer que foram apreendidos em sua casa R$ 280 mil, o que não seria uma informação verdadeira. "Eu não sei de onde ela tirou, talvez seja os 280 mil que o Daniel Dantas tenha dado para ela, para dar esse parecer."

No mesmo evento, Protógenes também disse que Dantas, chamado por ele de "banqueiro bandido", teria pago R$ 20 milhões a um delegado da Polícia Federal e a cinco policiais.

O deputado ainda se referiu ao ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), com "Gilmar Dantas". Foi o ministro que aceitou dois pedidos de liberdade do banqueiro durante sua prisão na Operação Satiagraha, em 2008.Por conta disso, Daniel Dantas entrou este mês no Supremo com uma queixa-crime contra Protógenes, dizendo que ele fez acusações sem provas, atentando contra sua honra.

Para Gurgel, o ataque não é apenas contra sua mulher, mas contra ele também. "Só posso chamar isso, a palavra mais gentil que eu posso encontrar para isso, aliás não seria só minha esposa, seria eu também, é canalhice", disse.

"Na verdade, não dá para ficar discutindo ou batendo boca com uma pessoa que está sendo investigada, uma pessoa em relação a qual pesam suspeitas gravíssimas e que curiosamente faz essas afirmações logo depois de, em um inquérito que tramita no STF, eu ter requerido uma série de diligências investigatórias. Parece que ele ficou extremamente preocupado com o que poderá ser o resultado dessas diligências requeridas e então reagiu dessa forma intolerável, inaceitável", afirmou o procurador.

Na última sexta-feira, o ministro José Antonio Dias Toffoli quebrou, a pedido de Gurgel, os sigilos fiscais, bancários e telefônicos de Protógenes Queiroz. Ele é investigado sob a suspeita de ter recebido propina de um ex-sócio de Dantas para investigá-lo na Satiagraha.A fala do deputado foi relatada hoje pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e ontem pelo site "Consultor Jurídico".

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