O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta sexta (3) que as reformas tributária e da previdência foram compradas pelo esquema do mensalão. Durante sua sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF), Gurgel listou o que considera a correspondência entre a aprovação de propostas pela Câmara dos Deputados e o repasse de recursos para lideranças de partidos da base aliada do governo Lula.
Segundo o chefe do Ministério Público, os repasses ocorriam dias antes ou logo em seguida às "grandes votações ocorridas no Legislativo entre 2003 e 2004". Gurgel disse que o relatório final da CPI dos Correios, que investigou o pagamento de recursos a partidos da base aliada, documentos bancários e perícias feitas pela Polícia Federal comprovam esta tese.
No caso da reforma tributária, votada no dia 24 de setembro de 2003, o procurador-geral disse que sete dias antes, o ex-assessor do PP João Cláudio Genú sacou R$ 300 mil das contas administradas pelo publicitário Marcos Valério. No dia da votação, Genú sacou R$ 300 mil e, após a votação, outros R$ 100 mil.
A conduta, segundo o chefe do MP, se repetiu com integrantes do PTB e do extinto PL, hoje PR. "Todos esses pagamentos estão documentalmente comprovados nos autos", afirmou. Outros projetos que foram comprados, segundo Gurgel, são a PEC Paralela e a Lei da Falência.
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