O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta terça-feira (28) estar frustrado por não poder participar da conclusão do julgamento do mensalão. O mandato de Gurgel encerra-se no dia 15 de agosto e, até lá, o Supremo Tribunal Federal (STF) não vai concluir a apreciação de todos os recursos cabíveis da defesa dos réus condenados no processo. "Fica (uma frustração), claro que fica. Mas o Ministério Público na verdade, é impessoal. Então o colega ou a colega escolhido para novo procurador-geral dará continuidade sem qualquer diferença a esse trabalho", disse.
Gurgel visitou os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), acompanhado de representantes do Ministério Público da região ibero-americana. Nas conversas, ele disse ter demonstrado sua preocupação com a votação da chamada PEC 37, que retira poderes do Ministério Público brasileiro.
Roberto Gurgel deve participar pelo menos do julgamento dos embargos de declaração apresentados pela defesa de 25 réus condenados, previsto para ocorrer no início de agosto. Ao ressaltar que se tratou do julgamento "mais importante" da sua gestão, ele disse que é preciso garantir que uma "decisão magnífica" tenha efetividade. O julgamento do mensalão ocorreu ao longo de 53 sessões no segundo semestre do ano passado.
"Que aqueles que tenham sido condenados a penas privativas de liberdade sejam recolhidos à prisão. É preciso, enfim, que se demonstre que o sistema de Justiça brasileiro alcança todos, mesmos aqueles que estão nos estratos mais elevados da sociedade e do poder", afirmou. Para Gurgel, a conclusão do processo está bastante demorada.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada