O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) informou ontem que vai entrar com ação por abuso de autoridade, falsidade ideológica e denúncia caluniosa contra os responsáveis por um dossiê que apresenta acusações contra ele. O documento, que foi entregue a meios de comunicação e divulgado em matéria publicada nesta semana pela revista IstoÉ, mostra depoimentos de ex-funcionários de gabinete de Fruet, que teriam dito à Polícia Civil do Paraná que repassaram parte dos seus salários para o deputado.
Uma das seis testemunhas negou à revista que tenha feito a denúncia e outras se recusaram a falar. A Polícia Civil, por meio do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), confirmou ontem ter ouvido ex-funcionários de Fruet, mas se negou a prestar esclarecimentos sobre a investigação. Algumas das pessoas ouvidas teriam trabalhado com Fruet quando ele era vereador de Curitiba e outras já como deputado federal.
Segundo nota enviada ontem pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, a denúncia partiu dos próprios ex-funcionários de Fruet, que teriam procurado a delegacia para prestar depoimento. "As pessoas foram ouvidas em declarações, e a documentação foi encaminhada para o Supremo Tribunal Federal nos termos da Constituição Federal para as providências cabíveis", informou a secretaria.
Fruet diz que entrou, em março, com uma representação contra o governador Roberto Requião na Procuradoria da República, quando soube que o governador estaria mostrando parte do depoimento para algumas pessoas. "A representação é por abuso de autoridade e as investigações por parte da Procuradoria estão bastante adiantadas. A matéria (da IstoÉ) prestou um serviço ao dizer que o dossiê foi feito pelo próprio governo", disse Fruet. O deputado disse que tem em mãos depoimentos de quatro das seis pessoas ouvidas pela Polícia Civil afirmando que foram intimidadas e que receberam propostas de dinheiro e salário para prestar depoimento.
O dossiê foi um dos assuntos discutidos durante a sessão de ontem na Assembléia Legislativa. Deputados de vários partidos acusaram o governo de ter montado uma "armação política" para desestabilizar a pré-candidatura de Gustavo Fruet. "É um absurdo esse dossiê que fizeram, sem provas. O Requião não quer disputar a eleição, quer ser nomeado", afirmou o presidente estadual do PT, André Vargas.
O presidente do PSDB do Paraná, Valdir Rossoni, considerou totalmente infundadas as denúncias contra a principal aposta tucana para enfrentar o governador e disse que é uma tentativa clara de minar as candidaturas de oposição. "Vamos lançar de agora em diante um candidato a governador por dia para deixar o Palácio Iguaçu ocupado elaborando dossiês", provocou Rossoni.
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