O prefeito de Osasco, na Grande São Paulo, Emídio de Souza (PT), um dos líderes do partido no Estado, afirmou na quarta-feira que existe "uma ampla maioria" no PT favorável à volta do ex-tesoureiro Delúbio Soares às bases partidárias. "Não há crime imprescritível", justificou, ao defender o retorno de Delúbio, um dos envolvidos no mensalão petista - suposto esquema de compra de votos parlamentares no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido do ex-tesoureiro será avaliado no fim de semana pelo diretório nacional do partido.

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Emídio, que acompanhou Lula no Congresso Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Guarulhos (SP), afirma que Delúbio - desligado da sigla há cerca de cinco anos - não pode ser ignorado pelos antigos companheiros. "Ele prestou grandes serviços ao PT, errou na condução e não errou sozinho, ficou longe da vida partidária. O que ele quer é ter o direito de voltar a militar no projeto em que ele acredita. Não podemos privá-lo disso."

O prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), concordou com o colega. "Não defendemos nenhum tipo de pena perpétua. Acho que cinco anos fora do partido está mais que pago." Almeida destacou a "importância" de Delúbio na eleição de Lula."Se hoje o PT governa, teve a contribuição dele para que chegássemos no comando da nação."

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Outro assunto que será discutido na reunião da agremiação é a situação do presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra, que pode renunciar ao comando do PT. Emídio disse que Lula e a presidente Dilma Rousseff se esforçam para evitar que Dutra deixe o cargo, mesmo com problemas de saúde.

O prefeito de Osasco afirmou que Dutra tem alegado não ter condições de superar a curto prazo seus problemas de saúde. "E ele acha que sua ausência, de certa forma, paralisa o PT, o que ele não quer", disse. Para Emídio, a tendência é que o senador Humberto Costa (PT-PE) assuma o lugar de Dutra, uma vez que os dois pertencem à corrente majoritária do partido.Eleições municipais

O prefeito de Osasco revelou também que o PT paulista deve procurar fazer uma aliança com o PMDB para as eleições de 2012. Segundo Emídio, o partido deve aproveitar a ida do deputado federal Gabriel Chalita (hoje no PSB) para o PMDB a fim de negociar a aliança. "Acho ideal aproveitar essa nova configuração do PMDB, aproveitar o Chalita, que já apoiou a Dilma, e fazer disso um movimento para juntar forças em São Paulo."

Emídio deixou claro que a ideia ganha força no diretório estadual e que a meta é reproduzir em São Paulo a aliança nacional. Apesar do interesse do deputado em se lançar candidato à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o petista não descarta a possibilidade de Chalita aceitar ser vice numa chapa com o PT. "Acharia extraordinário, mas respeito a vontade dele de ser candidato."

"Para nós, o importante é ele não estar nesse bloco do (José) Serra e do Kassab", emendou. Na avaliação de Emídio, o "xadrez eleitoral" de 2012 começa favorável para o PT, uma vez que o PSDB vive uma crise interna e a administração de Kassab é mal avaliada pela população. Questionado sobre a aproximação entre PCdoB e Kassab, Emídio acredita que o apoio seja meramente administrativo. "Se o candidato do Kassab for o Serra, o PCdoB não ficará junto. E aí, vai fazer o quê? Ou lança o Netinho (de Paula) ou volta para o ninho."

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Mesmo com o foco na aliança com o PMDB, o prefeito de Osasco disse que o ideal para o PT em São Paulo é trazer de volta o PCdoB e o PDT e atrair o PR. "O quadro não está nada definido e fazer aliança com o PMDB não significa excluir ninguém."