No dia 12 de agosto de 2005, há pouco mais de 10 anos, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tentou se explicar publicamente das denúncias de corrupção que abalaram o seu governo. Ele discursou em cadeia nacional sobre o escândalo do mensalão. Aparentando nervosismo, o petista pronunciou as palavras mais graves de seus dias na Presidência.
“Quero dizer a vocês, com toda a franqueza, eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia, e que chocam o país”, disse ele, na abertura de uma reunião ministerial na Granja do Torto.
Lula não citou as pessoas que o fariam sentir-se traído. José Dirceu e Delúbio Soares, à época, estavam no epicentro do escândalo. “O PT foi criado justamente para fortalecer a ética na política e lutar ao lado do povo pobre e das camadas médias do nosso país. Eu não mudei e, tenho certeza, a mesma indignação que sinto é compartilhada pela grande maioria de todos aqueles que nos acompanharam nessa trajetória”, disse Lula.
O ex-presidente ainda se comprometeu a trabalhar pela investigação de irregularidades. “Se estivesse ao meu alcance, já teria identificado e punido exemplarmente os responsáveis por esta situação. Por ser o primeiro mandatário da nação, tenho o dever de zelar pelo estado de direito (...) Meu governo, com as ações da Polícia Federal, estão investigando a fundo todas as denúncias”, ressaltou.
Após o escândalo, Lula apresentou outras versões sobre o mensalão. Já o tratou como uma tentativa de golpe contra o seu governo e anunciou que as denúncias de compra de voto no Congresso não passavam de uma farsa. O ex-presidente também já afirmou que a oposição inventou o mensalão como esquema de corrupção.
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