Grupo de voluntários doa conhecimento para criar soluções práticas para Curitiba.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Quantas vezes você se viu diante de um problema cotidiano, banal até, – como precisar carregar o cartão de ônibus – e constatou que a falta de informações básicas e a burocracia que permeia o serviço público inviabilizam soluções rápidas e eficientes?

CARREGANDO :)

É esse tipo de impasse que um grupo de programadores, designers e comunicadores quer resolver para você, com o apoio do poder público e de maneira voluntária.

Parece mentira? Mas não é. Trata-se da premissa do Code for Curitiba, braço local dos hacker-ativistas do Open Brasil. “Nós queremos transformar dados públicos em informações que todos possam compreender. Queremos dar função a dados que já existem através de serviços que melhorem o funcionamento da cidade e o cotidiano do cidadão”, explica o estudante Marquistei Medeiros, responsável pelo Code for Curitiba – ele é chamado de “capitão”.

Publicidade

Para isso, o grupo conseguiu convencer a prefeitura de Curitiba a participar, fornecendo todo tipo de informação que, na verdade, já é pública, mas está disponível em formatos inacessíveis para a maioria da população.

6 aplicativos que mostram como o hack-ativismo pode resolver problemas do cotidiano

Leia a matéria completa

A ideia é mostrar que todos podem acompanhar o dia a dia do município e contribuir para aprimorá-lo sem, obrigatoriamente, demandar investimentos milionários. O Code for Curitiba tem conseguido fazer em algumas semanas, com o auxílio da administração pública, o que a própria prefeitura demoraria meses ou anos para fazer devido à burocracia da máquina pública.

“Nós queremos hackear para melhorar a cidade. O Code for Curitiba mostra que é possível interferir e gerar mudança com o conhecimento que você tem em mãos”, afirma o “capitão” Medeiros.

Publicidade

É com esse objetivo em mente que cerca de 40 pessoas, a maioria jovens, ainda estudantes, se reúnem duas vezes por semana para pensar soluções para Curitiba (veja abaixo). São todos voluntários que doam tempo e conhecimento para mudar a cidade. Agora, eles querem engajar o poder público e o setor empresarial para que o ativismo cívico impacte cada vez mais pessoas. E eles reforçam: todos são bem-vindos, sabendo ou não programar.

Ativismo cívico gera transformação

O Open Brasil é a brigada brasileira da ONG americana Code for America e chegou a Curitiba em outubro do ano passado graças à persistência de Stephan Garcia. Ele atribui à programação a superação da infância vivida em uma instituição de acolhimento após o abandono materno. Hoje, é o ativismo cívico, que exerce junto com o Code for Curitiba e o Open Brasil, que dá sentido ao mundo em que vive.

“O processo de ativismo envolve engajamento em causas. Mas se engajar em causas de protesto não gera impacto, não muda a realidade. Em vez de gritar, eu utilizo meu conhecimento. Isso é hacker-ativismo. Meu protesto é silencioso, mas eficiente”, diz Garcia.