| Foto: Marcello Casal Jr./ ABr

Ela fez muita coisa porque eu era secretário de Finanças. Eu e o Sayad arrumamos a casa. Fizemos um grande planejamento de obras.

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A desfiliação de Marta Suplicy do PT ajudou a deixar mais claro qual o cenário para a eleição municipal em São Paulo, a maior cidade do país, em 2016. O atual prefeito, Fernando Haddad (PT), é candidato natural à reeleição. Marta saiu do partido para poder confrontá-lo saindo por outra legenda, provavelmente o PSB. Na entrevista abaixo, Haddad comenta o cenário e fala sobre o possível enfrentamento.

O senhor acha que a rejeição do eleitor conservador a parte das bandeiras de sua administração explica a sua baixa popularidade?

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Não fui eleito com as bandeiras conservadoras. Fui eleito com bandeiras progressistas: transporte público, transporte individual não motorizado, coleta seletiva, lâmpada led, praça com wifi e política de redução de danos dos usuários de drogas. Eu nunca me preocupei com isso [índice de popularidade].

Nem com vista à reeleição?

Você tem que se reeleger em nome do que você acredita. Não vou abdicar das ideias que eu acredito por conveniência eleitoral. A pessoa que se move por pesquisa de opinião não deve governar. Não está preparada para a política.

O sr., que se apresenta como progressista, vai buscar no ano que vem de novo o apoio de Paulo Maluf?

Meu principal concorrente também foi, mas à noite. Preferi fazer às claras. Não fulanizo na política. O apoio do PP foi institucional.

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O senhor se decepcionou com o PT diante dos escândalos?

Para mim, ética é um atributo individual, não coletivo. Você tem comportamento antiético em qualquer organização humana, igrejas, times de futebol, partidos. O que precisamos é capacidade de depurar e penso que o governo tem agido nesse sentido.

Um das correntes do PT defende que todos os citados em casos de corrupção devem se afastar de cargo na direção partidária. O senhor concorda com isso?

Eu faria isso. Acho uma dinâmica correta se afastar para responder uma acusação e, depois, se for o caso, voltar.

Ao deixar o PT nesta semana, a senadora Marta Suplicy disse que quem continua no partido é conivente com a corrupção.

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O PT tem 1,5 milhão de filiados. Não quero crer que ela tenha ofendido 1,5 milhão de pessoas.

O sr. está preparado para enfrentá-la ano que vem?

Me fizeram a mesma pergunta sobre o [José] Serra (PSDB) em 2012.

Mas a Marta disputa eleitores no seu campo político, de esquerda.

Ela esteve à esquerda.

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A Marta diz que tinha um orçamento muito menor e fez mais obras do que o senhor.

Ela fez muita coisa porque eu era secretário de Finanças [Haddad era chefe de gabinete da Secretaria de Finanças]. Eu e o [João] Sayad [secretário de Finanças] arrumamos a casa. Fizemos um grande planejamento de obras.

Em resposta a Marta, o PT disse em uma nota que ela saiu do partido por ambição eleitoral.

Uma pessoa que concorreu cinco vezes a cargos majoritários [uma vez a governadora, três a prefeita e uma a senadora], foi duas vezes ministra, não pode reclamar de falta de espaço. Não foi por isso que ela saiu.

A nota do PT fala em personalismo desmedido por parte dela.

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Meu comentário é esse. É natural que um partido queira lançar novos nomes. É da tradição do PT.

Qual crítica o senhor faz a Marta?

Isso tem momento.