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Em sabatina, Haddad havia dito que “golpe é uma palavra muito dura” . | Valter Campanato/Agência Brasil
Em sabatina, Haddad havia dito que “golpe é uma palavra muito dura” .| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Dois dias depois de dizer que “golpe é uma palavra muito dura” para se referir ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad, num evento ao lado do ex-presidente Lula, mudou na sexta-feira o discurso e falou em “luta contra o golpe”.

Haddad disse ainda que Dilma é vítima de uma conspiração. Na quarta-feira, em sabatina promovida pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o prefeito havia afirmado: “Golpe é uma palavra um pouco dura, que lembra a ditadura militar. O uso da palavra golpe lembra armas e tanques na rua.”

A frase irritou petistas, proque contraria o discurso que o partido vinha adotando desde o início do processo de impeachment. Ontem, para uma plenária organizada pelo PT na periferia de São Paulo, Haddad mudou o tom:“Essa luta contra o golpe é uma luta a favor da democracia.”

Haddad acusou o governo de Michel Temer de ameaçar os direitos da população na área social. “Estamos num momento delicado da vida nacional, em que a nossa presidente sofreu uma conspiração, de gente que traiu a confiança dela. Uma traição absurda, de pessoas que estavam ao lado dela e se voltaram contra ela.”

Com voz bastante rouca, Lula criticou de forma indireta a candidata Marta Suplicy (PMDB), num tônica da estratégia que deve ser adotada pela campanha petista em São Paulo. Marta deixou o PT no ano passado e ingressou no PMDB. “Eu sei que tem outros candidatos que já foram do PT e que não dizem que saíram do PT.”

Ao falar antes de Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, adotou o mesmo discurso e afirmou que “os que podem fazer o projeto do PT em São Paulo não são os que passaram pelo partido”.

Também instigou os militantes a cobrarem o presidente Michel Temer: “Vocês têm a obrigação de, quando encontrarem o Temer, não precisa xingá-lo ou ofendê-lo como eles fizeram com a Dilma, mas têm que falar: devolva o meu voto, devolva o mandato da Dilma.”

Ao comentar a sua rouquidão, Lula contou ter ido ao médico pela manhã e disse ter recebido a orientação de ficar sem falar para melhorar a voz. “Mas quando eu vejo um microfone, eu não consigo parar de falar”, afirmou.

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