Em sua estreia na jornada rumo à mais rica administração municipal do país, no sábado à tarde, o ministro Fernando Haddad (Educação) adotou estilo cauteloso e um tímido pronunciamento diante de 200 militantes e de outros quatro pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo. Sem empolgações, por 15 minutos, ele evitou o confronto e recorreu ao ex-presidente Lula, seu maior cabo eleitoral, a quem citou muitas vezes, assim como a presidente Dilma Rousseff.
O encontro dos petistas que almejam a cadeira de Gilberto Kassab (sem partido) durou cerca de três horas, em um terreno mal ajambrado do diretório municipal de São Miguel Paulista, zona leste, palco da primeira de 36 caravanas zonais que o partido vai promover nos próximos meses para colher sugestões de lideranças e passar o perfil de cada político.
Além de Haddad, apresentaram suas metas - antigas promessas para males crônicos da metrópole - a ex-prefeita Marta Suplicy, os deputados Carlos Zaratini e Jilmar Tatto e o senador Eduardo Suplicy. Ela foi a mais atirada, e a mais aplaudida, e disse que "é a melhor candidata". Todos, exceto Haddad, elegeram a gestão Kassab, a quem atribuem sucatamento da máquina e desprezo aos excluídos, como o inimigo público número um.
A estratégia do ministro no primeiro desafio com os rivais de sua sigla ficou clara: falou de realizações e projetos da pasta que conduz desde o primeiro governo Lula. Pediu o "fim do preconceito" e apontou para administrações que repudiam o que vem do Planalto. "No governo Lula lançamos em 2007 o programa pró infância, e não há precedentes, em todo o país sem distinção de partido, se o prefeito era do PSDB, do PT, do DEM, do PMDB, não importava. Há 35 convênios com a cidade do Rio e nenhum com São Paulo."
Até quando indagado sobre a declaração de Marta, de que se não quiser ganhar "Lula vai com Haddad", ele foi cerimonioso. "Respeito a senadora, defendo o direito dela de expressar suas ideias às últimas consequências. Só pondero em relação ao presidente Lula que ele tem acertado ultimamente, não é?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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