Atualizado às 20h00 em 26/09/2005
Descontentes com o resultado do Processo de Eleição Direta (PED) que está escolhendo o novo presidente nacional do partido, o grupo ligado a Plinio de Arruda Sampaio, que foi candidato no primeiro turno da eleição (fez 13,4% dos votos ou quase 40 mil votos), anunciou nesta segunda-feira sua saída do PT.
Plinio e os deputados federais Ivan Valente e Orlando Fantazzini, ambos do PT de São Paulo, vão para o PSOL, partido liderado pela senadora Heloisa Helena, candidata a presidente da República no ano que vem. Segundo Valente,o deputado federal Chico Alencar (RJ) também vai para o PSOL.
O jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, também vai deixar o partido, mas não informou se irá para o PSOL. Estes parlamentares têm até a próxima sexta-feira para mudar de partido caso desejem ser candidatos em 2006. Por isso, comunicarão o desligamento à direção do PT ainda esta semana.
No domingo, um grupo de aproximadamente 400 ativistas do movimento social já havia dito que deixaria o PT e iria para o PSOL.
Esta é a maior crise da História do PT desde que foi fundado, há 25 anos. Plinio de Arruda Sampaio já foi até candidato a governador de São Paulo pelo partido e foi deputado constituinte. Bicudo foi vice-prefeito de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy. Plínio disse que as eleições serviram para comprovar ser impossível tentar mudar o PT por dentro.
- Apesar da crise e de toda a vigilância da imprensa o que nós vimos foi a repetição dos métodos que transformaram o PT em uma máquina eleitoral. Os militantes foram tratados como rebanhos em verdadeiros currais eleitorais. O Campo Majoritário continua com a maioria do diretório nacional- disse Plínio.
Ele disse também que, embora deixem o partido, vão recomendar aos que optarem por permanecer o voto em Pont no segundo turno. Valente admitiu que pode apoiar a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB), o candidato do governo à presidência da Câmara.
Fantazzini anunciou que vai deixar o partido por não concordar com a flexibilização da política do PT.
- A decisão de sair do PT é a não-concordância com a flexibilização de sua política e, após vislumbar a eleição do último dia 18, ter a certeza de que esta política não mudará. A minha decisão de ir para o PSOL é a possibilidade de construir junto com o partido novo uma política próxima do trabalhador e que busque a transformação social - afirmou Fantazzini.
Deixe sua opinião