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O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB) reassumiu ontem o cargo, após mais de 60 dias como governador em exercício, e garantiu não interferir no processo de escolha do seu sucessor. A eleição da Mesa Executiva está marcada para o dia 1.º de fevereiro, quando os deputados eleitos tomam posse, mas já começou uma disputa acirrada pela vaga.

Apesar da expectativa dos parlamentares de que Hermas Brandão participe ativamente das costuras para escolha de um nome, o presidente afirmou que vai ficar distante. "Os 54 deputados têm condições e são meus amigos. Não voto e no ano que vem vou estar fora da Assembléia. Para que vou me meter nessa briga?", argumentou.

Uma corrente silenciosa na Assembléia aposta na participação do Hermas Brandão para apressar um entendimento entre os grupos que brigam pela presidência. O PMDB diz que não abre mão da vaga e tenta tirar um nome de consenso entre Nereu Noura, Antônio Anibelli e Caíto Quintanta. "Vamos brigar muito para ficar com a presidência", disse o líder do governo, Dobrandino da Silva (PMDB).

O deputado Nélson Justus (PFL) reafirmou ontem que vai disputar seja quem for o adversário. Apesar de pertencer a um partido de oposição, Justus também faz parte da base governista e trabalhou pela reeleição de Roberto Requião.

Hermas disse que não participaria da discussão nem que o governador pedisse, o que ele não acredita que aconteça. "O Executivo não pode interferir nessa eleição. O Legislativo tem de ter autonomia."

Durante solenidade rápida ontem em seu gabinete, em que recebeu de volta o cargo do presidente em exercício, Pedro Ivo Ilkiv (PT), Hermas Brandão afirmou que o próximo presidente terá que ter um perfil conciliador e não poderá "radicalizar com avanços violentos" na Assembléia. As mudanças, segundo ele, têm de ser implantadas gradativamente.

Nos três mandatos, o presidente citou medidas que já foram adotadas para dar mais "transparência" à Casa, como a venda da frota de veículos usados pelos deputados, o fim do pagamento de jetons nas sessões extraordinárias e o trabalho que está sendo feito para inaugurar a TV Assembléia. "Aqui temos problemas enormes, trabalhamos com pessoas com mandato e alguns acham que têm todos os direitos e obrigação nenhuma. O presidente precisa ter muita tranqüilidade para conciliar tudo isso", disse.

Sobre seu futuro político, afirmou que não quer cargo no secretariado porque "não tem mais idade para ser empregado de ninguém". Pretende retomar sua atividade como serventuário da Justiça e agropecuarista. Pelo menos, por enquanto.

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