A polícia encontrou vestígios de chumbo — que poderia ser usado em um artefato explosivo — na casa de um vizinho da menina de 8 anos que foi ferida por uma bomba colocada em sua residência na segunda feira, na Vila Gustavo, na zona norte de São Paulo. O homem é um ex-policial e as duas famílias teriam uma rixa há mais de 15 anos.

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Em agosto de 2006, uma outra bomba já havia sido atirada no quintal da casa da família de Berílio Alves da Silva, de 64 anos — onde vivem 13 pessoas, sete delas crianças. Na ocasião, a filha e a neta dele, Solange, de 39 anos, e Suzana, de uma ano e meio, tiveram que passar por cirurgias para a retirada de fragmentos lançados pelo artefato explosivo.

A explosão mais recente ocorreu no dia 26, segundo Berílio. A bomba, pouco maior que uma bola de bilhar, estava em uma cesta de plástico, colocada sobre a laje da casa da família. Uma das filhas de Berílio encontrou o artefato e ele decidiu chamar a polícia.

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- Eu fiquei do lado de fora da casa, mas não isolei o local. Foi um erro. A minha neta Isabela pegou a bomba na mão e ela explodiu - disse Berílio.

Ela foi atingida por fragmentos no rosto, braço direito e virilha.

- Agora não está doendo, mas na hora fiquei com muito medo - disse Isabela.

No dia da explosão, partes da bomba foram recolhidas pela polícia e levadas para o Instituto de Criminalística (IC). Nesta quarta, policiais do 39º DP (Vila Gustavo) cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de um vizinho da família, que até agora é suspeito do crime.

Foram recolhidos vestígios de chumbo que podem ser do mesmo tipo encontrado nos restos do explosivo. Contudo, apenas um laudo do IC determinará se os materiais são idênticos ou não.

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Segundo testemunhas, a família Alves da Silva e uma família vizinha são inimigas há mais de 15 anos. Berílio já teria movido uma ação na Justiça contra o vizinho ex-policial por causa de agressões verbais. Os vizinhos suspeitos, por sua vez, acusam membros da família Alves da Silva de ameaças e agressões. Nenhuma das famílias sabe dizer ao certo como a desavença teve início.

Até agora, ninguém foi indiciado pela autoria do crime. A polícia aguarda o resultado do laudo pericial do IC e conduz investigações em paralelo. O vizinho suspeito não havia sido localizado até a noite de ontem.