Um homem invadiu nesta quarta-feira (10) palco da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Brasília e defendeu a ditadura militar durante a cerimônia em que a Comissão Nacional da Verdade apresentava à entidade seu relatório final. José Câmara afirmou ter 81 anos e ser advogado.
Após o coordenador da comissão, Pedro Dallari, falar sobre o trabalho, Câmara se levantou do auditório e subiu, sem ser impedido, até o palco. Lá, falou que a ditadura "venceu a guerra contra o terror". Membros da mesa do evento tentaram interrompê-lo, mas ele terminou rapidamente sua fala.
Ao sair, foi xingado de fascista, torturador e demônio. Algumas pessoas da platéia o mandaram embora. No momento em que ele ia embora, um segurança da OAB tentou forçá-lo a sair. Câmara resistiu, e passou a empurrar o segurança, que se afastou e o deixou falar.
Cercado de jornalistas, já fora do auditório, ele afirmou que a comissão é "revanchista" e "não investigou todos os lados".
Em certo momento, a filha de Rubens Paiva, Vera Paiva, o interpelou. "Se isso fosse uma ditadura, o senhora não sairia vivo desse auditório", disse Vera. Ele negou, dizendo que a ditadura apenas combateu uma ameaça à ordem estabelecida.
A narrativa apresentada por Câmara foi confusa. Ela afirmou ter sido e ainda ser um membro da Vanguarda Leninista, e que tentou criar uma guerrilha contra a ditadura. Ele afirmou também que é militar, mas sua militância política o levou a ser preso, em 1963 (antes, portanto do golpe militar).
Simultaneamente, contudo, disse ser contra o "terrorismo" de grupos de esquerda. Segundo ele, os generais militares, responsabilizados pela comissão pelas mortes, torturas e desaparecimentos forçados ocorridos no regime militar, são "heróis".
Em seu cartão, ele se apresenta como parte do "comando de mobilização" da Frente Nacionalista em Defesa da Amazônia.
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