Atualizado em 10/11/2006, às 14h58min
Um homem armado com um revólver 38 mantém há mais de seis horas a ex-mulher e cerca de 20 passageiros reféns dentro de um ônibus da Viação Tinguá, que faz a linha 499 (Cabuçu-Central do Brasil), na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. André Luiz Ribeiro da Silva, que teria entre 27 e 30 anos, teria tomado a atitude por não aceitar a separação. Ele ameaça matar a ex-mulher, Cristina, e alega que teria sido traído por ela. As cortinas do ônibus estão fechadas e não se pode ver o que acontece dentro do veículo.
O seqüestro começou por volta das 8h e já é mais longo do que o do ônibus 174, que há seis anos terminou com duas mortes (do seqüestrador e de uma refém). Ao longo da manhã dezenas de passageiros foram libertados e a única mulher mantida dentro do ônibus seria Cristina, a ex-companheira de André. Uma passageira libertada contou o que viveu : "Passamos muito medo", disse.
Alterado
Segundo o coronel Hudson de Aguiar Miranda, comandante-geral da Polícia Militar, aparentemente o seqüestrador está muito alterado e continua ameaçando a ex-mulher de matá-la, com o revólver apontado para sua cabeça. Ele a leva ao seu lado sempre que caminha dentro do ônibus. De acordo com o coronel, André não quis conversar com a mãe nem com os parentes que foram ao local.
O motorista do ônibus, Flávio Teles Menezes, de 45 anos, atua como interlocutor do seqüestrador, que ainda se recusa a falar diretamente com os policiais. Um pastor da Igreja Assembléia de Deus que André freqüentaria ajuda na negociação, que conta também com o apoio do ex-pagodeiro e hoje também pastor Wagner Dias Bastos, o Waguinho.Casal teria três filhos
André e Cristina teriam três filhos e seriam primos. Heloísa Ribeiro, cunhada de André, contou que o casal está separado há cerca de três meses porque Cristina não suportava mais o ciúme do marido.
Segundo a polícia, o ônibus estava cheio quando foi tomado pelo homem armado. Já para testemunhas, André teria abordado Cristina num ponto de ônibus e entrado no coletivo puxando-a pelos cabelos.
- Ele entrou arrastando a mulher, espancando e já armado com um revólver calibre 38 - contou o motorista.
Inicialmente a informação era de que o seqüestrador havia assaltado um posto de gasolina e fugido para o ônibus. A notícia, porém, foi desmentida e o motivo do crime esclarecido:
- Não se trata de um criminoso, uma pessoa que coloque em risco a sociedade. É uma pessoa numa situação passional - disse à Globonews TV o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Rossano de Oliveira.
Negociações
Um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) assumiu as negociações. A única exigência do seqüestrador teria sido um copo d'água. Anteriormente, a negociação estava a cargo do coronel da PM Sérgio Meinieck, comandante de policiamento da Baixada Fluminense.Passageiro acionou o 190
Segundo informou a Polícia Rodoviária Federal, o caso foi descoberto porque um passageiro acionou a polícia pelo 190 ao ver o homem entrar armado e violento no ônibus, puxando a ex-mulher.
Para interceptar o ônibus, a Polícia Militar contou com a ajuda de um motorista de caminhão , que fez uma espécie de escolta do coletivo até que ele fosse levado a um acostamento na Via Dutra. O ônibus está estacionado na altura do km 176, perto da lanchonete Habib's, segundo informou a Rádio CBN. A polícia esvaziou todos os pneus.
A operação para interceptar o ônibus provocou um engarrafamento de dois quilômetros nos dois sentidos da Via Dutra, que depois se estendeu a cinco quilômetros.
Briga de Pochmann e servidores arranha imagem do IBGE e amplia desgaste do governo
Babás, pedreiros, jardineiros sem visto: qual o perfil dos brasileiros deportados dos EUA
Crise dos deportados: Lula evita afronta a Trump; ouça o podcast
Serviço de Uber e 99 evidencia “gap” do transporte público em grandes metrópoles
Deixe sua opinião