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O vereador de Reserva, Flávio Hornung Neto (PMDB), assassino confesso do presidente municipal do PC do B, Nelson Renato Vosniak, retornou à presidência da Câmara Municipal da cidade no dia 1.º de julho. Hornung estava licenciado do cargo desde o dia 16 de janeiro, um dia depois do assassinato, mas desempenha suas funções como vereador normalmente desde o dia 9 de março.

O vereador de 26 anos matou Vosniak com três tiros na noite do dia 15 de janeiro e permanece solto, amparado por um habeas-corpus concedido pelo Tribunal de Justiça (TJ) no dia 1.º de fevereiro.

No entanto, na primeira sessão que conduziria após o seu retorno à presidência, na última quinta-feira, Hornung não compareceu, alegando motivos particulares. "Talvez ele tenha ficado com medo da imprensa e da população aparecer no seu retorno", disse o vereador Orlei Santos (PT). Para o vice-presidente da Câmara, José Cincinato Correia (PSDB), a falta foi normal. "Ele vai apresentar o motivo de sua ausência na próxima sessão", disse.

De acordo com os dois vereadores, a volta de Hornung como presidente da Casa não vai mudar nada. "Ele já participa das sessões normalmente", afirmou Santos. "Não sei como será a reação da oposição, se eles farão alguma contestação ou protesto. Mas está tudo igual. Parece que não aconteceu nada", disse Cincinato.

O retorno de Hornung à presidência surpreendeu a viúva de Vosniak, Maria Fabiane Zampieri, informada pela reportagem da Gazeta do Povo. "Isso é um absurdo, uma pessoa dessas com um cargo de representante público", disse.

Quase seis meses depois do crime, Maria Fabiane acredita que o retorno de Hornung é um incentivo à impunidade. "As coisas não estão tomando um rumo bom. Isso faz com que qualquer pessoa pense que pode matar agora, que não vai ser preso", afirmou.

O deputado estadual André Vargas, presidente estadual do PT, também mostrou receio com a impunidade. "Não é possível que ele cometa um crime e volte a ser presidente da câmara", disse o deputado, que protestou em algumas sessões da Assembléia Legislativa questionando a impunidade do caso.

Após a sessão de quinta-feira, a câmara entrou em recesso e Hornung poderá voltar a conduzir uma sessão como presidente no dia 3 de agosto.

Na segunda-feira, a juíza da cidade, Daniela Flávia Miranda, ouvirá os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa do processo. Entre os depoentes estarão o repórter de um jornal local, Giovani Welp Pinto, e o professor Carlos Rodrigues Oliveira Filho, que estavam no carro de Vosniak no momento do crime e escaparam da tentativa de homicídio. Hornung foi interrogado no dia 9 de maio e alegou que o crime foi em legítima defesa, sem conotação política.

Hornung e Vosniak tinham uma divergência que se tornou pública na cidade por diversas vezes, em brigas verbais por motivos políticos e pessoais.

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