Funcionários do setor hoteleiro de São Luís (MA) assumem, discretamente, fornecer aos clientes informações sobre turismo sexual na cidade. O gerente de um luxuoso hotel da cidade admite que cerca de 50% de seus hóspedes estão interessados em pagar por acompanhantes nas noites da capital.

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Os classificados de jornais da cidade são uma das primeiras fontes para obter uma companhia. Os próprios hotéis disponibilizam jornais. Na recepção, também podem ser encontrados panfletos de divulgação de casas noturnas.

"Temos que oferecer o serviço de informação ao cliente. Se ele quer, a gente tem que ter", diz a gerente de vendas de um luxuoso hotel da capital.

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"Os recepcionistas que dão as dicas, em alguns casos, chegam a receber ‘comissão’ por divulgar o contato das garotas de programa", diz um taxista que não quis se identificar. Ele chega a atender cerca de três turistas por semana.

Outro taxista, que trabalha há 15 anos no ramo, afirma que italianos, coreanos e alemães, tripulantes de navios ancorados no Porto do Itaqui, são os maiores interessados. Mas também há brasileiros, das regiões Sul e Sudeste.

Pousadas

Mulheres entrevistadas pelo jornal Jornal O Estado do Maranhão dizem que, em época de baixa temporada, grande parte das pousadas do Centro Histórico funciona como motéis, a preços que variam entre R$ 10,00 a R$ 50,00.

"Esses lugares não têm condição de se manter com apenas três hóspedes por mês, e alugam quartos baratos para clientes que desejem apenas passar algumas horas com uma acompanhante", afirma uma delas.

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O delegado de Turismo Fernando Belfort assinala que em 2006 não foi registrada nenhuma denúncia de turismo sexual na cidade.

"A gente reconhece que a prostituição existe. Ela não é ilegal. O que é contra a lei é o rufianismo, ou seja, manter casas de prostituição", explica.

O delegado ressalta que, em São Luís, não há o turismo sexual propriamente dito.

"O turista não projeta a viagem idealizando, em primeiro lugar o sexo, mas acaba buscando-o quando chega aqui. É um turismo que tem somente um traço do turismo sexual, o que é absolutamente normal", diz ele.

Só na capital existem 1.050 profissionais do sexo cadastradas na Associação das Profissionais do Sexo do Maranhão (Aprosma). Maria de Jesus Almeida Costa, coordenadora da Associação, conta que, cada vez mais, os turistas têm buscado a prostituição.

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"O turismo traz com ele renda para a cidade, mas alimenta também a prostituição", diz.