O Londres Royal Hotel tem acomodações simples, fica próximo da Rodoviária de Londrina (na zona leste) e utiliza o slogan “sua segunda casa”. Nada demais, não fosse a publicidade do negócio que, nas rádios e na internet, chamou a atenção pelo formato incomum: um protesto enfático contra a corrupção.
A empresa precisava comunicar a mudança do nome – de London Royal Hotel para Londres Royal Hotel – provocada por um questionamento jurídico de outra empresa à marca, cujos detalhes os proprietários não quiseram detalhar porque a discussão ainda está na Justiça.
Além de acreditarem que a confusão em torno do nome poderia ter sido evitada por vários órgãos públicos quando o hotel foi aberto formalmente, há 10 anos, os proprietários também ficaram estupefatos com a burocracia exigida pelos órgãos para efetivar todas as mudanças no negócio.
Decidiram redigir o anúncio e veiculá-lo, da seguinte forma:
“Há dez anos em Londrina, o London Royal Hotel agora passa a se chamar Londres Royal Hotel. Mudamos de nome por motivos alheios a nossa vontade e aproveitamos essa oportunidade para dizer que nós do Londres Royal Hotel estamos até a tampa com a incompetência, a corrupção, o toma lá - dá cá, e principalmente com os que criam multas e dificuldades para vender facilidades. Se você está farto dessas pragas instaladas por todo o nosso Brasil, você é bem-vindo ao Londres Royal Hotel!”
Sócia no negócio, Márcia Guimarães explicou que a ideia era fugir do tradicional. “Queríamos sair do ‘mimimi’ das propagandas normais que os hotéis fazem. Acomodações boas e confortáveis todo mundo tem. Mas quem encara fazer um protesto contra a corrupção e os problemas do país em um anúncio com o nome da empresa?”, diz Márcia Guimarães, que inclusive é a dona da voz da propaganda no rádio. “Deu um frio na barriga e chegamos a temer alguma repercussão negativa. Pelo visto, deu certo: virou até notícia”, diz a proprietária.
Na internet, apenas uma pessoa criticou o episódio, reclamando não ter compreendido o motivo real da questão. No mais, só elogios. “Recebemos ligações, e-mails e mensagens de muita gente que se sentiu de alma lavada. Na prática, usando termos mais educados para afirmar publicamente que estamos de saco-cheio”, reclama Márcia.
Críticas nas propagandas
Em Curitiba, os restaurantes Forneria Iguaçu e Forneria Copacabana fizeram um protesto semelhante com uma mensagem no cardápio, que também repercutiu. No caso, o “desconvite” do restaurante dizia, expressamente: “Políticos corruptos NÃO são bem-vindos.”
De acordo com Márcia, o anúncio ganhou mais sentido ainda esta semana: “Agora é a possível volta da CPMF que nos embrulha o estômago. Não é pelo valor que vamos pagar, mas pelo que nos obrigam injustamente”, aponta.
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