O Secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, disse ontem que a vitória apertada nas urnas por parte do governador Roberto Requião pode ter sido causada por erro de eleitores, que queriam votar no governador, mas trocaram as teclas.
Iatauro concedeu ontem entrevista à rádio CBN e disse que o que importou no final é que o governo de Roberto Requião foi aprovado pela maioria dos paranaenses. "Não importa se o governador se reelegeu com 10 mil votos. O importante é que ele foi reeleito. Agora temos que nos preocupar com aquela parcela que não votou nele. Ver o que está faltando.", disse.
Para o chefe da Casa Civil, muitos eleitores que queriam votar em Requião, anularam o voto porque se enganaram, trocaram os números dos candidatos a governador e presidente e confirmaram rapidamente o voto. "Muitos nem perceberam que isso aconteceu. Tem alguma coisa errada. Um governo que tem uma aprovação de 73% a 75% e isso não se reflete nas urnas, tem que haver uma reflexão sobre isso."
Iatauro deu um depoimento sobre o comportamento do governador dizendo que conhece Requião há muitos anos e que tem certeza da sensibilidade dele. "Ele sempre disse o que pensa. Aliás, ele pensa em voz alta. Não sei se politicamente isto é bom ou ruim, mas ele é assim. O que pouca gente sabe é que o Requião é um homem sensível, ele chora à toa."
Sobre as futuras lideranças políticas e as eleições de 2008, Iatauro não acredita que Osmar tenha despontado neste pleito. "Ele confirmou uma liderança que conseguiu sendo eleito senador por duas vezes. O próprio Alvaro Dias teve confirmada uma liderança e não há nada que o impeça de ser novamente candidato ao governo.". O secretário tem dúvidas da eficácia do apoio do prefeito Beto Richa no segundo turno para Osmar Dias. "Não tenho certeza de que o apoio de Beto Richa foi decisivo para a vitória de Osmar em Curitiba. É claro que Beto é uma liderança. Mas ele teve três secretários candidatos a deputado e nenhum se elegeu. Não sei até onde houve transferência de votos.".
O chefe da Casa Civil não vê, até o momento, um nome para ser o candidato à prefeitura apoiado por Requião. "Os secretários que fizerem um bom trabalho, podem ter chance. A Gleisi (Hoffmann, candidata derrotada ao senado pelo PT) também pode ser um nome. O apoio do PT, no segundo turno, deu entusiasmo à campanha e oxigenou nossa militância."
Ressentimento
Rafael Iatauro se mostra muito ressentido quando o assunto é o PSDB. Ele aproveitou a entrevista para esclarecer "de uma vez por todas" que o PMDB tentou obter o apoio dos tucanos a pedido do presidente regional do partido, deputado Valdir Rossoni. "Houve uma reunião em Brasília com o Tasso (Jereissati, presidente nacional do PSDB) para definirmos o apoio ao Requião. Na época, Hermas queria concorrer ao senado e iria disputar a vaga com o Alvaro na convenção. Ficou acertado que Hermas abriria mão em troca do apoio dos tucanos.". O TRE impugnou a aliança PMDBPSDB a pedido do diretório nacional tucano.
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