Ibope: avaliação positiva do governo Dilma cai para 34%
A pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (17) aponta que a avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) oscilou de 36% para 34% em relação à divulgada em março. No mesmo período, a sondagem registrou uma oscilação dentro da margem de erro de 36% para 34% dos que consideram o seu governo regular. E o porcentual dos que avaliam a administração Dilma Rousseff como ruim ou péssima subiu de 27% para 30%.
Na mostra divulgada nesta quinta, a confiança na presidente Dilma caiu de 48% para 44% e o porcentual dos que não confiam na petista subiu de 47% para 51%.
Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (17) mostra uma queda nas intenções de voto da presidente Dilma Rousseff (PT). A petista caiu de 43% no levantamento divulgado em março para 39%, mas a presidente ainda seria reeleita no primeiro turno, de acordo com pesquisa. O senador Aécio Neves (PSDB) somou 16% das intenções de voto, ante 15% no levantamento anterior. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), obteve 8% das intenções de voto, ante 7% na mostra de março. Nesse cenário, brancos e nulos somam 26%; indecisos, 11%.
A pesquisa aponta a vitória de Dilma no primeiro turno das eleições de outubro em dois cenários, seja com o ex-governador Eduardo Campos ou com a ex-senadora Marina Silva concorrendo pelo PSB. No cenário em que a ex-senadora Marina Silva (PSB) substitui Eduardo Campos (PSB) como cabeça de chapa, a presidente Dilma obteve 39% das intenções de voto. Aécio somou 15% e Marina, 13%.
Na simulação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lugar de Dilma, o petista aparece com 42% das intenções de voto. Aécio obteve 17% e Campos, 6%.
É a maior perda acumulada de eleitores da presidente desde que sua popularidade entrou em queda, no começo deste ano, segundo o Ibope. Desde dezembro, eleitores de Dilma que haviam deixado de considerar seu governo ótimo ou bom começaram a deixar de declarar voto nela. A nova pesquisa mostra que essa tendência se intensificou ao longo de abril.
No cenário mais provável, com os chamados nanicos, Dilma caiu de 40% em março para 37% agora. Aécio Neves (PSDB) oscilou de 13% para 14%. Eduardo Campos (PSB) segue com 6%, e o pastor Everaldo (PSC), passou de 3% para 2%. A soma dos demais pré-candidatos que era de 1% em março, agora dá 3%.
As maiores quedas de Dilma ocorreram entre eleitores jovens (perdeu 8 pontos entre quem tem de 25 a 34 anos), nas cidades médias (menos 11 pontos nos municípios entre 20 mil e 100 mil habitantes), na região Sul (menos 6 pontos) e nos eleitores não-cristãos (perdeu 7 pontos).O levantamento foi feito entre 10 e 14 de abril com 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral no dia 12 de abril sob o protocolo BR-00078/2014.
Cai possibilidade de vitória no 1º turno, diz analista
O cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira que a pesquisa Ibope divulgada hoje mostra que a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff (PT), pré-candidata à reeleição, vencer as eleições no primeiro turno é cada vez menor. No entanto, afirmou, o eleitorado que "desembarca" da pré-candidatura de Dilma não "embarca" de maneira expressiva nas intenções de votos de nenhum dos outros dois principais pré-candidatos - os presidentes nacionais do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e do PSB, Eduardo Campos.
De acordo com Teixeira, que também é mestre e doutor em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a análise das últimas sondagens aponta para uma tendência de queda da presidente, mas dentro de um cenário em que, a princípio, nenhum dos adversários dela se beneficia. "A má notícia para o governo é que, a cada pesquisa, ela (Dilma) perde não apenas eleitores, mas prestígio do governo", afirmou, em referência à avaliação positiva da gestão, que, segundo o Ibope, oscilou de 36% para 34% em relação ao levantamento divulgado em março. "Nesse cruzamento de dados, a perda de prestígio de governo leva à perda de eleitores", disse.
Conforme o cientista político, o cenário econômico de curto prazo é dos "piores" e influencia esses números. "A indústria automobilística está com altos estoques, dando férias coletivas, e a geração de emprego é muito ruim em relação a anos exteriores. Isso puxa Dilma para baixo", disse. "Se temos um cenário econômico que parece piorar, a tendência é que ela continue a perder eleitores."
Na análise de Teixeira, a pré-candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB) a vice-presidente na chapa de Campos, se influenciar as pesquisas, só deve causar algum efeito quando ela começar a pedir votos na televisão, com o início da publicidade eleitoral gratuita. "Mas, se houver alguma mudança, será residual, pois a intenção de votos da Marina, quando ela entra num dos cenários da pesquisa, é baixa", declarou.
Na avaliação do cientista, a estratégia de Dilma de se expor mais, evitando usar interlocutores para dar declarações, é acertada do ponto de vista de campanha. "Até então, ela não falava, não se colocava publicamente e sofria uma enxurrada de denúncias, sobretudo com o Aécio Neves bastante contundente."
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