A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, procurou minimizar o racha no PP, partido que controla o Ministério das Cidades, mas que está dinamitando o ministro Mario Negromonte, a quem parte dos deputados acusa de oferecer um mensalão de R$ 30 mil para manter o controle da sigla. Ideli afirmou que a disputa interna é uma questão que diz respeito apenas ao PP.
"O nome já diz tudo: é partido. É como qualquer outro, tem ala e facção. Temos de respeitar a independência dos partidos. É uma questão interna da bancada. Mas sempre é melhor que não haja divisão. Dá menos trabalho."
Ideli afirmou que sua tarefa, como ministra que cuida da articulação política do governo, é trabalhar pela unidade na base.
"Minha tarefa é trabalhar para manter a unidade dos partidos da base. Preciso disso para o sucesso do meu trabalho."
Mas Ideli admitiu a preocupação do governo com as divisões internas do PP. O partido está dividido na Câmara dos Deputados há duas semanas, desde que o grupo ligado ao ex-ministro das Cidades Marcio Fortes assumiu a liderança da bancada, nomeando Aguinaldo Ribeiro (PB). O grupo destituiu da liderança o deputado paranaense Nelson Meurer, ligado ao atual ministro, Mario Negromonte.
Apesar do discurso de Ideli, diante da briga de facções na bancada do PP na Câmara, emissários da presidente Dilma Rousseff mandaram um recado ao ministro Mário Negromonte: se ele insistir em se meter na disputa da bancada, poderá perder o cargo. E, se comprovada a denúncia da mesada de R$ 30 mil, estará fora do governo. O tom do recado, de acordo com o núcleo palaciano, foi de ultimato.
Existe consenso no Planalto sobre a necessidade de substituir Negromonte na primeira reforma ministerial. Mas, entre auxiliares de Dilma, já há quem defenda uma mudança imediata nas Cidades, apesar do desgaste de mais uma troca. Desde a transição, a presidente queria ter mantido no cargo o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes. Mas teve de aceitar a indicação da bancada.
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