A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) minimizou nesta terça-feira (17) a decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência de abrir procedimento para análise da sua conduta na compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca, pasta da qual foi titular.
"Não foi aberto processo de investigação. O relator recebeu os documentos, isso é protolocar. Não houve deliberação sobre a abertura ou não."
Ideli disse que o TCU (Tribunal de Contas da União) apresentou na segunda certidão de que seu nome não tramita em nenhum processo no tribunal - o que seria prova da ausência de irregularidades no caso. "Vamos esperar a comissão deliberar", afirmou.
Em nota divulgada na segunda-feira (16) por assessores, o Ministério de Relações Institucionais afirmou que as investigações do TCU é que basearam a representação do PSDB à Comissão de Ética. Após avaliar ontem as acusações contra a ministra e a defesa, apresentada antecipadamente, a Comissão de Ética vai decidir, em maio, se abre processo ético.
Na segunda, o advogado de Ideli esteve conversando com membros da comissão, o que levou o presidente do órgão, Sepúlveda Pertence, a responder afirmativamente à pergunta sobre se considerava a visita uma pressão maior do que o normal.
A ministra controlou a Pesca durante cinco meses no ano passado. O contrato para a compra das lanchas foi fechado na gestão do também petista Altemir Gregolin, antecessor de Ideli.
A empresa beneficiada afirma que recebeu pedido de uma doação de R$ 150 mil para o Comitê Financeiro do PT de Santa Catarina, Estado de Gregolin e de Ideli.
Mais de 80% da campanha da ministra ao governo do Estado, em 2010, foi custeada pelo partido.
O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou superfaturamento e direcionamento da licitação para fornecer as lanchas, que custaram R$ 31 milhões ao ministério.
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