Em nota divulgada ontem, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou participação no grupo dos "aloprados". A revista Veja desta semana denunciou a suposta participação de Ideli no grupo de petistas que elaborou um dossiê contra a candidatura do tucano José Serra ao governo paulista, em 2006. A revista informou que Ideli participou de uma reunião na ocasião da qual participaram os aloprados, como ficaram conhecidos os envolvidos na elaboração do falso dossiê.
A ministra Ideli afirmou que é uma "falácia" a "tentativa" de envolvê-la no episódio. "Não participei de reuniões que tivessem como tema a elaboração de material [contra Serra]", destacou a ministra. "Na condição de líder da bancada do PT no Senado, fui chamada ao gabinete do então líder do governo, Aloizio Mercadante, para uma reunião em setembro do mesmo ano para tratar de um depoimento que seria dado ao Conselho de Ética."
O atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na semana passada foi acusado pela revista de ter sido quem encomendou o material. Em 2006, ele disputou com Serra o governo paulista.
Na nota, Ideli disse que, na ocasião, apenas expressou que o conselho não seria o fórum adequado para debater o assunto. "Destaco que minha atuação partidária é absolutamente alheia ao contexto político em que estaria envolvida a divulgação do suposto dossiê detalhado na reportagem da revista", ressaltou.
Já o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sugeriu ontem a Aloizio Mercadante e Ideli Salvatti que prestem esclarecimentos sobre a denúncia de envolvimento no escândalo dos aloprados. Ele alega que esse tipo de procedimento deve partir de todos os que forem alvos de acusações.
Mercadante é aguardado hoje na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), atendendo a convite para falar da importância da inovação como garantia da competitividade da economia. Ele confirmou a presença antes de a revista Veja publicar o depoimento do bancário Expedito Veloso à Polícia Federal acusando-o de ser o mentor do esquema dos aloprados.