A nova ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), que assumirá a articulação política do governo, prometeu em entrevista nesta sexta (10) negociar "muito" com o Congresso. Ex-senadora pelo PT-SC, Ideli tomará posse na segunda-feira no ministério, em substituição a Luiz Sérgio, que vai para o Ministério da Pesca, pasta cujo titular é Ideli.
Ela afirmou que fará parcerias com a nova ministra-chefe da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assumiu nesta quarta (8) a chefia da Casa Civil no lugar de Antonio Palocci.
"Vou parceirizar com a ministra Gleisi, vou precisar beber na fonte de atuação de Luiz Sérgio e outros ministros (..) Então, estou com muita tranquilidade, não sei se Idelizinha paz e amor, mas vai ser de ouvir muito, negociar muito e principalmente de fazer com que questões centrais do Brasil e governo sejam aprovadas no Congresso", declarou a nova ministra.
"Nas Relações Institucionais, não vou usar só os dois ouvidos. Vou usar o coração,o bom senso, e sempre a busca do bom resultado, para o governo e para o país", disse Ideli.
Ela e o antecessor, Luiz Sérgio, concederam entrevista no Palácio do Planalto logo após a divulgação de nota da Presidência da República informando sobre a troca de cargos entre os dois - Sérgio foi para o Ministério da Pesca e Ideli para a Secretaria de Relações Institucionais.
Para Luiz Sérgio, a reformulação feita pela presidente Dilma Rousseff é "natural".
"A presidente Dilma, diante do que nós estamos aí assistindo, buscou uma reformulação que é natural dentro de todo governo. O sentimento de mágoa, de rancor, é algo que não há espaço na minha maneira de ser", declarou, ao responder sobre como se sentia em relação às pressões que sofreu de aliados para deixar o cargo.
Questionado sobre se o Ministério da Pesca era um "prêmio de consolação", Luiz Sérgio disse que não e afirmou ser uma pasta "muito importante" para o país e para o Rio de Janeiro, estado pelo qual se elegeu deputado.
"A pesca tem um peso econômico para o estado do Rio muito significativo, para a minha cidade, Angra dos Reis. Eu era ministro da Articulação Política e continuo ministro", disse.
Luiz Sérgio, que tinha a atuação contestada por parlamentares da base governista, disse ainda que "não há desarticulação" na base aliada .
"Primeiro, não tem desarticulação da base. Praticamente todas as MPs que eram essenciais ao governo foram aprovadas. (...) Tivemos apenas duas MPs que não foram aprovadas, e, segundo, esta versão de que os acordos fechados não eram honrados não corresponde", afirmou.
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