• Carregando...
“Quando assumi o ministério, não tinha veto de qualquer órgão o contrato. Quando a auditoria do TCU foi iniciada, eu já tinha saído do ministério. É importante ter a cronologia e os dados.”Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais | Wilson Dias/ABr
“Quando assumi o ministério, não tinha veto de qualquer órgão o contrato. Quando a auditoria do TCU foi iniciada, eu já tinha saído do ministério. É importante ter a cronologia e os dados.”Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais| Foto: Wilson Dias/ABr

Depois de a Comissão de Ética Pública da Presidência da República arquivar na segunda-feira o procedimento preliminar contra a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pela compra de lanchas quando ela estava à frente do Ministério da Pesca, ela decidiu antecipar seu depoimento na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Com depoimento mar­­cado para o dia 23, ela depôs ontem, sob protestos da opo­­sição, que alegou não ter tido tempo de se preparar para audiência remarcada de última hora. Ideli não explicou o motivo de ter se antecipado.

A decisão da Comissão de Ética considerou satisfatórios os argumentos apresentados por Ideli em defesa prévia. Além disso, a ministra não foi citada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que está analisando as irregularidades na compra das lanchas.

Depois da bronca da oposição pela antecipação, a audiência foi aberta e a ministra usou trechos de declaração do presidente da Comissão de Ética Sepúlveda Pertence -- na qual ele diz que ela não fez licitação e não assinou contrato --, para se defender. A ministra ainda disse que ficou cinco meses e alguns dias à frente do ministério e que este período não é abrangido pela auditoria do TCU. Para reforçar o argumento, Ideli apresentou a cronologia de licitação e compra das lanchas (anos de 2008, 2009 e 2010) e destacou que no período ela era senadora.

"Durante todo o processo de aquisição eu não tinha qualquer participação no Ministério da Pesca. Quando assumi o ministério, não tinha veto de qualquer órgão o contrato. Quando a auditoria do TCU foi iniciada, eu já tinha saído do ministério. É importante ter a cronologia e os dados", disse Ideli, que ainda explicou o porquê de ter lanchas para fiscalizar a pesca.

A ministra também disse que a doação da empresa que ganhou o contrato foi feita ao PT, e não à sua campanha, e que a transferência foi legal. Negou conhecer o presidente da empresa, mas disse que se lembra de ter estado com ele em uma solenidade de entrega da lancha em Santa Catarina. "Eu era senadora e foi uma solenidade do ministério no meu estado. Não tinha porque não prestigiar", disse Ideli.

Citando a decisão da Comissão de Ética repetidas vezes, Ideli disse que considerou normal a pressão feita pelos seus advogados ao órgão. Integrantes da Comissão chegaram a reclamar da atuação dos advogados da ministra.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]