O Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), fundação do ex-presidente (1995-2002), afirma ser “absurdo” supor que a doação da empreiteira Odebrecht ao instituto possam ter sido feitas com intuito de obter vantagens. Além disso, disse que “causa estranheza” que a contribuição conste num relatório da Polícia Federal que apura corrupção na Petrobras.
“Basta o mais elementar bom senso para perceber o absurdo de supor que a doação feita à Fundação iFHC pudesse ter qualquer relação com o propósito de obter vantagens governamentais. Causa estranheza, portanto, que ela conste do relatório da PF que trata da corrupção na Petrobras”, diz trecho de uma nota publicada nesta segunda-feira (9) no perfil da instituição.
Um laudo da PF aponta que a Odebrecht doou R$ 975 mil - em parcelas de R$ 75 mil mensais - ao instituto do ex-presidente entre dezembro de 2011 e o mesmo mês de 2012. O documento, porém, não diz se há suspeitas de irregularidades nesses pagamentos.
Na nota, o Instituto FHC também afirma que as doações recebidas são essenciais para o desenvolvimento de suas atividades e programas e que a doação da Odebrecht -assim como todas as outras recebidas- está devidamente registrada nos demonstrativos, que passaram por auditoria e que incluir as contribuições da empreiteira no contexto de transações sob investigação é “confundir fatos de naturezas inteiramente distintas”.
CONFIRA ABAIXO A ÍNTEGRA DA NOTA
“Ao mesmo tempo em que julga importante que as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público sobre o esquema de corrupção que se instalou na Petrobras sejam levadas até o fim, a Fundação iFHC estranha a forma pela qual vem sendo tratada a informação de que a entidade recebeu aporte no valor de R$ 975 mil do grupo Odebrecht.
Esse fato verídico consta de relatório da PF divulgado pela imprensa em 6 de novembro. O aporte, porém, nada têm a ver com as operações financeiras ora sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público na apuração de provas sobre o esquema de corrupção na Petrobras.
Como já explicado em nota anterior, o valor se refere a doações recebidas entre o final de 2011 e o término de 2012 e destinadas ao fundo de manutenção da Fundação.
Basta o mais elementar bom senso para perceber o absurdo de supor que a doação feita à Fundação iFHC pudesse ter qualquer relação com o propósito de obter vantagens governamentais. Causa estranheza, portanto, que ela conste do relatório da PF que trata da corrupção na Petrobras.
As doações ao fundo de manutenção da Fundação iFHC são essenciais ao desenvolvimento das suas atividades e programas. Desde sua criação, em 2004, ela já realizou cerca de 300 seminários, conferências e mesas redondas, produziu aproximadamente 40 publicações e recebeu em torno de 40 mil estudantes em sua exposição sobre a história da redemocratização política e estabilização econômica do Brasil, como se pode verificar em nosso site www.ifhc.org.br, onde tudo está disponível gratuitamente.
Por fim, cabe esclarecer que o aporte feito pelo grupo Odebrecht, assim como todas as demais doações recebidas de pessoas físicas e jurídicas, estão devidamente registradas nos demonstrativos financeiros e contábeis da Fundação iFHC, auditados pela PWC até 2014 e, a partir deste ano, pela Grant Thornton.
Incluir essas doações no mesmo contexto de transações financeiras sob investigação é confundir fatos de naturezas inteiramente distintas, lançando suspeição infundada sobre uma entidade que atua de modo transparente e sob a supervisão da Curadoria de Fundações do Ministério Público de São Paulo.”
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