As investigações da Delegacia de Delitos de Trânsito também concluíram que as imagens captadas pelas câmeras de um posto de gasolina que fica na esquina do local do acidente mostram quadros repetidos em alguns trechos. Diante disso, o delegado Armando Braga de Moraes afirmou que abrirá um novo inquérito para apurar se as imagens foram adulteradas ou se houve um problema técnico na captura e transmissão dos dados. Se a adulteração das imagens da câmera do posto de gasolina for confirmada, os envolvidos terão de responder por tentativa de fraude processual.
A família de Gilmar Rafael Yared, uma das vítimas, suspeita que uma possível adulteração teria sido feita para omitir a presença de um terceiro carro, que estaria disputando um racha com Carli Filho.
O delegado, no entanto, descartou ontem a possibilidade de ter ocorrido um racha. Segundo ele, duas testemunhas que viram o acidente não relataram a presença de outro veículo no local. "Mesmo com a repetição das imagens, intencional ou não, não houve prejuízo para a perícia", declarou. "Também não houve prejuízo ou benefício para nenhuma das partes envolvidas."
Questão não respondida
Além da razão de haver imagens duplicadas na fita do posto, outra questão não respondida pelo inquérito concluído ontem é por que os radares da região do acidente não registraram a passagem do ex-deputado. O radar da Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, a cerca de 600 metros do ponto da colisão, identificou 210 veículos entre as 23 horas do dia 6 de maio e as 2 horas do dia 7 de maio (o acidente ocorreu à 0h54 do dia 7). Mas não "pegou" o Passat de Carli. "Se houve problema nos radares, é mais falha do sistema do que qualquer outra coisa", disse o delegado. "Isso não altera o resultado da investigação." (ELG)