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Carli Filho na UTI, após cirurgia. Foto foi divulgada pela família | Paulo Esteche/Assessoria de imprensa de Carli Filho
Carli Filho na UTI, após cirurgia. Foto foi divulgada pela família| Foto: Paulo Esteche/Assessoria de imprensa de Carli Filho

O Instituto Médico-Legal (IML) do Paraná já está de posse da amostra de sangue do deputado Fernando Ribas Carli Filho colhida no momento em que ele deu entrada no pronto-socorro do Hospital Evangélico, pouco depois do acidente. O material passará por exames de dosagem alcoólica para determinar se o parlamentar estava bêbado no momento da colisão, conforme afirmam testemunhas e o boletim médico do Corpo de Bombeiros.

O exame foi autorizado ontem pelo desembargador responsável pela investigação do acidente, Miguel Tomas Pessoa Filho, do Tribunal de Justiça (TJ), atendendo a solicitação do promotor Rodrigo Chemin, designado pelo Ministério Público para acompanhar as investigações.

A entrega da amostra de sangue de Carli Filho foi requisitada pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) ao Hospital Evangélico na última terça-feira. Mas apenas ontem o Hemobanco do Paraná (responsável pelo banco de sangue da instituição) recebeu a solicitação. Uma segunda amostra de sangue de Carli, coletada dois dias após o acidente, também foi repassada ao IML. Segundo o diretor do Hemobanco, Paulo Almeida, ambas as amostras foram conservadas adequadamente enquanto estavam sob os cuidados da entidade.

De acordo com o Hospital Evangélico, o sangue de Carli Filho foi coletado às 2h15 – cerca de uma hora e meia após a colisão –, ao mesmo tempo em que o deputado recebia a seguinte medicação: soro, Kefazol (antibiótico para evitar infecção), Profenid (analgésico para aliviar a dor) e um tranquilizante para induzir ao sono, Dormonid (leia comunicado oficial do hospital na página 4 desta edição).

O psiquiatra Luiz Fernando Carazzai, especialista em álcool e drogas do Hospital de Clínicas, diz que o uso de medicamentos não mascara o consumo de bebida nem influi no resultado do exame de dosagem alcoólica. A única prerrogativa é que o material seja colhido em até 24 horas após a ingestão de bebida, porque, depois desse período, o organismo já terá metabolizado o álcool presente no sangue.

Na última quinta-feira, Rodrigo Chemin declarou que depoimentos de testemunhas e provas materiais não deixam dúvidas de que Carli Filho dirigia em alta velocidade e estava embriagado no momento do acidente. Na colisão, que aconteceu no dia 7, morreram Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20.

Cirurgia

Segundo o último boletim médico divulgado ontem pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Carli Filho foi operado durante 14 horas na última quinta-feira, para corrigir fraturas no crânio e na face. Ele voltou a ser internado na UTI para observação, até que seu quadro clínico seja considerado totalmente estável. O parlamentar continua se alimentando por meio de uma sonda e respirando com o auxílio de um tubo na traqueia. Segundo os médicos, não há previsão de quantas novas cirurgias serão necessárias nem quando o deputado receberá alta.

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