Collor deixa o Planalto, em 1992.| Foto: Orlando Brito

A porta lateral utilizada por Dilma Rousseff para sair do Palácio do Planalto após receber a intimação de afastamento da Presidência da República é a mesma que Collor utilizou há quase 24 anos. Era pouco antes do meio dia quando o então presidente saiu do Planalto de mãos dadas com sua ex-esposa Rosane Malta.

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“Quando ele saiu, havia funcionários na janela, olhando estupefatos. Ninguém esperava que um presidente vigoroso como o Collor fosse cair”, lembra o fotógrafo Orlando Brito, que registrou esse e outros tantos fatos em Brasília desde que começou a atuar, em 1964.

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Ao contrário de Dilma, que foi recebida do lado de fora por vários simpatizantes - a quem discursou, Collor não teve qualquer demonstração de apoio ao deixar o Planalto. “Tinha populares do outro lado da rua e eles gritavam ‘ladrão!’”, conta Brito. Ainda assim, o político e Rosane caminharam por fora do palácio rumo ao helicóptero que os levaria à Casa da Dinda de cabeça erguida e acenaram antes de embarcar.

Apesar dessa diferença, Brito avalia que tanto Dilma quanto Collor se viam isolados nos dias anteriores e no momento de seus respectivos afastamentos. “O que aproxima os dois é o mesmo clima de solidão, de diáspora de pessoas tanto no Palácio quanto no convívio mais pessoal”, analisa.

Uma vez no helicóptero, Collor e Rosane seguiram para a Casa da Dinda, do outro lado do Lago Paranoá. O fotógrafo lembra que, segundo o próprio político, foi só naquele momento, ao pedir que o piloto desviasse o caminho para passar sobre uma escola na Vila Paranoá que havia construído e que era motivo de orgulho. “O major então disse que o combustível e o plano de voo permitiam apenas que eles fossem até o destino determinado. Foi ali que a ficha caiu”, diz.