Michel Temer será candidato? Lula voltará? De que lado estará o PSDB? Marina Silva será a candidata da esquerda ou perderá espaço com Ciro Gomes? Com o encerramento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), começam as discussões sobre a próxima eleição presidencial, que acontecerá em 2018 – e promete ser de grandes emoções.
Por enquanto, o que se pode afirmar sem sombra de dúvidas, é que o sucesso do governo de Michel Temer (PMDB) diante da situação econômica do país deve ser crucial para definir os candidatos e as alianças de 2018. A evolução da Operação Lava Jato, claro, é algo que todos os políticos estão atentos e pode alterar radicalmente os rumos do pleito.
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Leia a matéria completaDe acordo com os cientistas políticos e parlamentares ouvidos pela Gazeta do Povo, muito ainda precisa acontecer para que as alianças sejam definidas, mas alguns nomes se destacam e podem aparecer nas urnas. Veja os principais cenários possíveis para a próxima eleição presidencial.
Temer candidato?
Muito se fala sobre a presença de Michel Temer nas urnas em 2018. Enquanto o presidente afirma que não cogita disputar o pleito, aliados do peemedebista falam que a possibilidade de Temer disputar a presidência. Para um deputado federal da base do governo, o PMDB pode ter um candidato próprio na disputa, mas ele não deve ser Michel Temer.
“Vai depender da costura, mas o Michel não vai se expor dessa forma. Outros nomes podem surgir”, disse o parlamentar, que afirmou que um dos nomes que vem criando força dentro do partido é o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB-RJ).
Para o professor de Ciências Políticas do Ibmec/MG, Lucas Azambuja, o sucesso da política econômica implantada por Temer pode ajudar a definir se ele será ou não candidato. “Se a economia melhorar, é possível que Temer ou alguém próximo a ele seja candidato em 2018”, afirmou.
Lula lá de novo?
Apesar de ser um nome forte na disputa pela presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem duas grandes preocupações pela frente nos próximos dois anos: a Operação Lava Jato, que pode torná-lo inelegível, e o encolhimento do Partido dos Trabalhadores.
Já indiciado pela Polícia Federal no caso do tríplex do Guarujá, Lula terá que reverter não só a sua situação judicial, mas política - o que, para o cientista político Adriano Gianturco, é difícil. “Imagino que não tem mais como reverter a situação. Do ponto de vista político, é um ciclo que se encerrou”, opinou.
Outro ponto a ser considerado é o encolhimento da estrutura partidária do PT. O partido, que tem o menor número de candidatos a prefeito dos últimos 20 anos, tem um leque de possibilidades de alianças cada vez menor. “Em uma eleição presidencial, as alianças pesam muito. Lula sempre acreditou ser maior que o partido, mas se recuperar disso será muito difícil”, disse Azambuja.
Marina Silva ou Ciro Gomes?
Com a saída definitiva de Dilma da presidência, parte da esquerda, que já não estava alinhada com a presidente, busca uma nova representação. E quem será esse “herdeiro da esquerda”? Para Azambuja, Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) devem ser os principais nomes, mas vão precisar afinar o discurso para ganhar os votos da esquerda “sem identificação”.
“Hoje é uma grande parcela formada principalmente por estudantes universitários e da classe média que antes votava no PT. Os dois vão disputar estes eleitores. Vencerá quem conseguir sobrepor o discurso do outro”, disse o professor.
Nesta conjuntura, o PSol também pode surgir com um candidato forte. O cientista político ainda não arrisca nomes. “O PSol é um partido que tem votos pela identificação partidária, não é uma pessoa só”, explicou. “O único problema é que a legenda não se destacou muito no processo de impeachment”, opinou.
E o dilema do PSDB?
O PSDB se divide entre os que estão mais próximos a Michel Temer, como o ministro das relações exteriores, José Serra (PSDB) e o grupo dos que estão tentando se distanciar da imagem do presidente, como o do senador Aécio Neves (PSDB). Na prática, o PSDB continua a disputa dos dois mesmos grupos: se Temer se sair bem nos próximos dois anos, José Serra sai fortalecido; se o governo do peemedebista fracassar, Aécio aparece em destaque. Porém, se Temer for mesmo candidato, tudo muda de figura.
O fato é que, independentemente de quem possa encabeçar a campanha tucana, o que deve definir para que lado vai o PSDB é o próprio PMDB. “O PMDB é muito grande dentro do parlamento. É ele que vai decidir as alianças”, concluiu Azambuja.
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