A deputada estadual Maria Victoria (PP) pronunciou-se favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), enquanto seu pai, o deputado federal Ricardo Barros (PP), afirmou que só tomará uma decisão sobre o caso quando a direção nacional do partido definir um posicionamento.
O PP decidiu na última quarta-feira (6) permanecer na base do governo até a votação do processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.
Caso o governo de Dilma saia vencedor, o PP deve assumir o Ministério da Saúde, já que seria o maior partido da base aliada. Neste caso, Ricardo Barros é o mais cotado para assumir como ministro. O deputado nega que exista negociação e que o convite tenha sido feito.
Barros afirma que se comprometeu a assumir a Secretaria do Planejamento no governo Beto Richa (PSDB) no Paraná no lugar do irmão, Sílvio Barros (PHS), que deve ser candidato à prefeitura de Maringá. “Vou ficar em Brasília até o fim da votação do impeachment porque tenho este compromisso com o governo e devo retornar ao Paraná”, afirmou.
Porém, a presidente Dilma já disse que aguardará a votação no impeachment para fazer mudanças na Esplanada dos Ministérios.
A bancada do PP na Câmara e no Senado chegou a defender uma reunião do diretório nacional do partido para discutir e definir a saída da legenda do governo, seguindo dos passos do PMDB. A reunião chegou a ser marcada, mas foi cancelada a pedido dos próprios parlamentares que defendem a saída do partido da base governista, já que estariam em menor número.
“O presidencialismo de coalizão é previsto pela constituição e teremos a manutenção desta função constitucional para que haja governabilidade”, afirmou Barros.
Favorável e indeciso
Apesar da posição atual do pai, Maria Victoria disse que, diante da situação do país, decidiu se pronunciar por estar representando a população paranaense, que em sua maioria é favorável ao impeachment da presidente e que o cancelamento da reunião que discutiria a saída do partido da base foi o que a levou a se posicionar publicamente.
“Mais do que filha do deputado Ricardo Barros, sou deputada estadual representou os paranaenses”, afirmou.
Já para Ricardo Barros, que foi vice-líder de Dilma na Câmara dos Deputados, o PP continua na base de governo e que não vê razões para a saída. “O PMDB teve razões para sair, já que articula a formação de um possível novo governo. Não existe esta motivação no PP, que seguirá na base governista qualquer seja o resultado do processo de impeachment”.
Para ele, não há nenhuma novidade no posicionamento da filha, Maria Victoria, já que outros deputados também já se posicionaram a favor do impeachment. “A deputada Maria Victoria já vinha se posicionado nas reuniões partidárias, assim como outros deputados parananenses”, disse.
PV anuncia que votará unanimemente a favor do impeachment de Dilma
Leia a matéria completaBarros afirmou que o apoio ao processo de impeachment ainda não é uma posição da legenda do Paraná, mas que a maioria dos deputados o defendem publicamente, como o deputado federal e presidente do PP no estado, deputado federal Dilceu Sperafico.
“Ainda não é uma posição partidária, mas poderá ser. Seria até adequado haver este posicionamento, já que são maioria”, opinou.
Questionada sobre um possível posicionamento do diretório estadual sobre o assunto, a deputada afirmou que cabe ao deputado Sperafico se pronunciar sobre o assunto.
Já o deputado, ainda não se posicionou nem favorável, nem contrário ao impeachment desde que o processo foi aberto. De acordo com Barros, com a conclusão do relatório da comissão, o diretório nacional do PP deve fazer uma reunião para decidir como vai votar no plenário, que ainda não tem data marcada, segundo Barros. “O meu voto seguirá a decisão do diretório nacional”, concluiu.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA