Em editorial publicado nesta segunda-feira (17), o jornal americano The New York Times diz que o impeachment da presidente Dilma Rousseff sem evidências concretas de que ela tenha cometido ilegalidades traria “sério dano a uma democracia que vem se fortalecendo nos últimos 30 anos”.
O texto, publicado nesta terça -feira (18) na versão internacional do “NYT”, ressalta o contexto de crise econômica no país e a Operação Lava Jato, mas afirma que “a solução não deve minar as instituições democráticas, que garantem estabilidade, credibilidade e um governo honesto”.
“Em meio a essa turbulência, é fácil deixar passar a boa notícia: a força das instituições democráticas brasileiras”, diz o texto. O jornal afirma que os promotores da Operação Lava Jato não foram dissuadidos por quem está no poder, o que “representa um revés para a cultura arraigada de imunidade entre as elites governamentais e empresariais”.
O jornal cita as prisões de ex-executivos da Petrobras, do presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e do almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear suspeito de receber propinas de empreiteiras responsáveis pela construção da usina de Angra 3.
Popularidade
O jornal lembra ainda os protestos pelo impeachment de Dilma neste domingo (16) e a baixa popularidade da presidente, mas diz que “nada sugere que outro líder político faria um trabalho melhor na economia”.
O “NYT” aponta que a presidente, que presidiu o Conselho de Administração da Petrobras entre 2003 e 2010, “não tomou medidas para constranger ou influenciar as investigações” da Lava Jato, apesar do custo político da operação. Em vez disso, “enfatizou que ninguém está acima da lei e apoiou a recondução de Rodrigo Janot”, procurador-geral da República.
O editorial esclarece que as investigações não encontraram evidências de ilegalidades cometidas pela presidente, mas que “sem dúvida” Dilma é responsável pelas políticas que levaram o Brasil à crise econômica.
Nesta segunda (17), o jornal britânico Financial Times também afirmou em editorial que ainda não há motivos para o impeachment de Dilma e que, caso ela deixasse o cargo, seria substituída por “outro político medíocre”.
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