A saída da ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva do Partido dos Trabalhadores (PT), depois de 30 anos de filiação teve repercussão na imprensa estrangeira. Os britânicos "Financial Times" e "The Guardian" publicaram artigos de seus correspondentes no Brasil destacando a possibilidade da candidatura da ex-ministra à Presidência da República em 2010. Para os norte-americanos "The New York Times" e "The Washington Post", isso representa um revés para a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de alavancar o PT nas eleições presidenciais do próximo ano.
Os jornais norte-americanos "The New York Times" e "The Washington Post" destacaram que, ao deixar o partido, Marina pode dificultar a estratégia de Lula, impossibilitado de concorrer à Presidência, de alavancar o PT para um terceiro mandato. O "The Guardian" destacou a questão ambiental da eventual candidatura e publicou o artigo sobre a saída do PT de Marina na página de meio ambiente. "Marina Silva deve concorrer à Presidência em 2010 e colocar a questão ambiental de novo na agenda." A maior parte do artigo aborda o descontentamento da ex-ministra com a política para o meio ambiente do governo do presidente Lula.
Já o "Financial Times" se centrou nos desafios que a candidatura de Marina poderá representar para o PT nas próximas eleições. "Ela deve dividir o voto a favor do governo na disputa que, esperava-se, teria dois lados, entre os candidatos do governo e da oposição." O jornal lembra que a saída da ex-ministra deve agravar ainda mais a crescente crise para o governo e para o PT, citando a intenção do senador Flávio Arns (PR) de também deixar a legenda, "depois que seus colegas no Senado votaram pela absolvição do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), das acusações de nepotismo e corrupção".
O "Financial Times" retoma o caso do peemedebista, afirmando que "o presidente Lula da Silva jogou seu peso em favor de Sarney durante vários meses", o que "dividiu seu partido". O jornal afirma ainda que Marina deixou o governo em maio de 2008 após embate com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por questões ambientais relacionadas a grandes projetos de infraestrutura.
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