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Estima-se que, no Brasil, aparecerão 472.050 novos casos de câncer em 2006, sendo o de pele não melanoma o mais incidente, somando um total de 116 mil casos novos. À exceção deste tipo, os mais comuns entre os homens serão o de próstata e de pulmão. Entre as mulheres, acredita-se que a maior incidência será de câncer de mama e de colo do útero.

Os dados - que acompanham uma tendência mundial de incidência da doença - fazem parte da "Estimativa da Incidência por Câncer no Brasil para 2006", documento oficial lançado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) nesta quarta-feira. O relatório será usado como base para planejar ações de prevenção e controle da doença no país.

- Na próxima segunda-feira, o ministro da Saúde estará no Inca para lançar a nova Política de Atenção Oncológica para o Brasil, que teve sua estruturação diretamente orientada pelas informações que as estimativas sempre nos forneceram - declarou o diretor geral do Inca, Luis Antonio Santini, durante o lançamento do documento.

De acordo com o levantamento, no próximo ano haverá um total de 234.570 novos casos de câncer entre os homens e de 237.480 entre as mulheres. Atrás do câncer de pele não melanoma, o mais incidente será o de mama, com 49 mil novos casos, seguido do de próstata (47 mil), de pulmão (27 mil), de cólon e reto (25 mil), de estômago (23 mil) e de colo do útero (19 mil).

Em relação à estimativa feita para 2005, houve um aumento na previsão de novos casos da doença (467.440). Os cânceres mais incidentes entre homens e mulheres permaneceram os mesmos. Este aumento, entretanto, pode ser reflexo de uma melhora nos registros da doença e verificação de dados.

- Houve uma melhora nos documentos de registro da doença no país, o que impede uma análise comparativa entre os anos. Mas, de fato, há uma tendência de aumento dos casos de câncer, já que se trata de uma doença crônica relacionada ao envelhecimento da população - analisou a médica Marceli Santos, técnica da divisão de informação da coordenação de prevenção e vigilância do Inca. - Os anos a mais na expectativa de vida fazem com que os brasileiros fiquem mais tempo expostos aos fatores de risco e ao desenvolvimento da doença - completou.

Os cânceres que mais vão atingir pacientes do sexo masculino, além do de pele não melanoma (55 mil casos novos), serão o de próstata (47 mil), pulmão (18 mil), estômago (15 mil) e cólon e reto (11 mil). Para o sexo feminino, destacam-se os cânceres de pele não melanoma (61 mil casos novos), mama (49 mil), colo do útero (19 mil), cólon e reto (14 mil) e pulmão (9 mil).

A estimativa inclui a distribuição dos casos novos de câncer por região, fundamental para a implantação de políticas de ação e prevenção mais eficazes. O Sul e o Sudeste apresentam as maiores taxas, em comparação às regiões Norte e Nordeste. As taxas da região Centro-Oeste apresentam um padrão intermediário.

Isso reflete, segundo Marceli Santos, uma máxima triste em relação ao câncer: "quanto mais desenvolvida for uma região, maior será sua tendência de registrar novos casos da doença".

- Na região Sudeste, por exemplo, estima-se que aparecerão 249.750 novos casos de câncer, enquanto no Norte este total é de 17.270 - compara Marceli. - Isso se deve, em muito, a fatores de comportamento tipicamente urbano.

O câncer de mama, segundo o relatório, tende a atingir muito mais as mulheres da região Sudeste, somando 28.640 novos casos. Um reflexo não só do aumento na expectativa de vida, como do fato de as mulheres estarem engravidando mais tarde e tendo menos filhos, por exemplo.

- Como o Brasil segue a tendência dos países mais desenvolvidos de aumento do número de casos de câncer devido a uma maior expectativa de vida, precisamos que esses casos sejam detectados precocemente, para que sejam tratados mais facilmente. Toda a rede de atenção à saúde precisa estar preocupada com a questão do câncer - concluiu Luis Antonio Santini.

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