| Foto: Sossella

A indecisão da maioria dos deputados estaduais do PSDB em assinar o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção tem sido fundamental para que a investigação das irregularidades do governo Requião não saia do papel. Os tucanos ainda não fecharam questão sobre o assunto e, dos sete deputados do PSDB, apenas dois assinaram o requerimento – embora o autor da proposta de CPI, o deputado Valdir Rossoni, seja presidente estadual do partido.

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Diante da indefinição dos tucanos em assinar a CPI proposta pelo próprio partido, parlamentares de outras legendas que se intitulam de oposição ou que se consideram independentes estão receosos de firmar o requerimento. Dizem que, se o PSDB assiná-lo em bloco, vão aderir. Embora nem todos os deputados de partidos de oposição efetivamente vão assinar o requerimento, a CPI poderia se criada com a assinatura daqueles que dizem que só falta o PSDB se definir para que eles também embarquem na proposta. Atualmente, das 18 assinaturas necessárias para a instalação da comissão, Rossoni conseguiu apenas oito.

"O partido deverá tomar uma posição clara sobre a CPI. Temos sido muito questionados e os demais partidos estão com razão. Não temos como cobrar dos outros se nós não nos posicionarmos primeiro", diz Ademar Traiano, líder do PSDB na Assembléia.

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Na manhã de ontem, o partido esteve reunido, mas não tratou do assunto. Fechou questão contra o aumento de impostos proposto por Requião. Mas deixou a decisão da CPI para o dia 3 de dezembro. "Precisa de vontade política para investigar. E isso não estamos encontrando", lamentou Rossoni. Segundo ele, alguns deputados não querem assinar porque afirmam que a investigação deveria ser mais direcionada. "Mas os indícios de corrupção estão interligados", justifica ele.

Nos partidos de oposição também há quem não quer a CPI. Do PPS, Felipe Lucas não assinou o documento. "Eu não tenho assinado nenhuma CPI e, neste caso, acho que cabe ao Ministério Público investigar a corrupção", diz ele. Lucas afirma que vai manter seu posicionamento porque o partido não fechou questão.

O Democratas também não definiu um posicionamento. "Até agora não foi falado nada sobre isso", afirma Osmar Bertoldi, que não deverá assinar o documento. "Eu assino no caso de uma CPI específica, não genérica como esta."

Ney Leprevost (PP) informa que a bancada do partido esteve reunida, mas ainda não definiu o que fazer. "Somos contra a corrupção. Mas não nos convencemos ainda em assinar o requerimento, até porque o DEM e o PSDB também não assinaram."

Já o bloco independente da Assembléia, formado por cinco deputados – Rosane Ferreira (PV), Reni Pereira (PSB), Fernando Ribas Carli Filho (PSB), Edson Prackzyk (PRB) e Chico Noroeste (PR) – impôs duas condições para assinar a CPI. "Primeiro, os partidos de oposição devem seguir a mesma linha e fechar questão", diz Prackzyk. "A segunda condição é de que, quando estiverem faltando apenas cinco assinaturas, nós assinaremos."

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