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Aliança com PDT

Richa não comenta veto

Hélio Strassacapa, do Jornal de Maringá Online

O candidato do PSDB ao governo do Paraná, Beto Richa, preferiu não comentar a determinação da cúpula nacional do PDT de barrar a possibilidade de Osmar Dias (PDT) se lançar à reeleição ao Senado aliado à chapa tucana à sucessão estadual. "Eu só vou me manifestar em relação a isso quando tiver um comunicado oficial do PDT. Eu não posso me manifestar baseado em possibilidades ou hipóteses." Richa disse ainda estar tranquilo no caso de precisar buscar outros nomes, fora do PDT, para integrar a chapa. "Temos bons companheiros dentro dos 14 partidos que estão integrando a nossa coligação", disse ele.

  • Entenda como foram as negociações

Brasília - Nem a mobilização dos caciques nacionais dos maiores partidos governistas do Brasil foi suficiente para fazer o senador Osmar Dias (PDT) anunciar uma decisão sobre candidatar-se à reeleição ao Senado ou ao governo do Paraná. Após dois dias de negociação em Brasília, no entanto, três decisões irão nortear qualquer acordo. O governador Orlando Pessuti (PMDB) aceitou desistir da eleição, a cúpula do PDT não permitirá uma chapa com o PSDB e está descartada a hipótese de Gleisi Hoffman (PT) ser candidata a vice.

A negativa da petista foi a explicação de Osmar, que se posicionou como pré-candidato ao Palácio Iguaçu desde 2006, para não aceitar a aliança entre os três partidos. "Ninguém pode dizer que não sabia disso. Eu sempre coloquei como proposta clara", disse Osmar.

A partir disso, cabem duas opções ao pedetista. A primeira é ser candidato a governador em uma chapa com um vice indicado pelo PMDB e com Roberto Requião e Gleisi para o Senado. A outra é candidatar-se ao Senado em uma chapa independente, que poderia receber o apoio de pequenas legendas como o PSC e o PR.

A primeira opção foi levada a ele ontem à tarde pelo ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi. A proposta era o resultado de uma reunião de quase três horas de duração entre Lupi, Pessuti e os presidentes na­­­cionais e estaduais do PMDB (Michel Temer e Waldyr Pugliesi) e do PT (José Eduardo Dutra e Ênio Verri). Osmar prometeu responder até as 18 horas, mas acabou não se posicionando.

Também foi o ministro quem garantiu que Osmar não poderá participar de uma coligação do PSDB. Segundo ele, há uma resolução da executiva nacional do partido que veda as alianças com os tucanos. "Ele vai fazer a campanha de Dilma [Rousseff, candidata à Presidência] porque é uma decisão partidária e ele é um homem de partido", disse o ministro.

Lupi foi uma das peças-chave de uma maratona de negociações, que começaram na segunda-feira à noite na casa de Temer. O presidente da Câmara dos Deputados reuniu toda a "tropa de choque" nacional do PMDB para discutir a situação do Paraná e pressionar Pessuti a desistir da candidatura. Entre os convidados estavam o senador Renan Calheiros (AL) e o líder do partido na Câmara, Henrique Alves (RN).

O trabalho surtiu efeito. Todos seguiram para uma nova reunião na sede nacional do PT, na qual encontraram Osmar e os dirigentes petistas e pedetistas. Pessuti anunciou que desistiria, mas Osmar voltou a insistir que só aceitaria o acordo com Gleisi na vice.

O impasse levou a uma nova reunião, agendada para ontem pela manhã. Osmar chegou antes da hora marcada, conversou com Dutra, reforçou a exigência quanto à petista e foi embora. Lupi disse que ele não permaneceu no encontro porque estava se sentindo mal. "Ele teve um pico de hipertensão", afirmou. O problema foi desmentido pela assessoria de Osmar.

Na saída, os caciques do PMDB reforçaram a impressão de que Osmar não seria candidato a governador. "Como ele não respondeu nem participou da discussão de hoje [ontem], estamos trabalhando mais forte com a candidatura do Pessuti e com uma aliança apenas com o PT", disse Henrique Alves, em nome da executiva nacional peemedebista.

Entre os petistas, porém, a negociação não foi dada por encerrada. "Eu já estou nessa conversação com o Osmar há cinco meses e aprendi uma coisa: com ele nada está encerrado, assim como nada está começado", disse o presidente estadual do PT, Ênio Verri.

O petista esperava por uma resposta definitiva do senador até as 18 horas. O próprio Osmar declarou duas vezes que encerraria o assunto até ontem, mas não se posicionou oficialmente até o fechamento desta edição. Às 18h30, ele teve um novo encontro com Lupi, sem definições de novo.

Nos bastidores, comenta-se que a indefinição de Osmar seria por causa de um convite ao irmão dele, o senador Alvaro Dias (PSDB), para ser vice na chapa do tucano José Serra à Presidência. Um acordo familiar impossibilitaria que os dois estivessem em palanques opostos. O prazo limite, por lei, para Osmar se decidir é o dia 30.

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