O início do segundo mandato do governo Lula já está prestes a bater seu primeiro recorde, o de ter o mais longo processo de debate de reforma ministerial dos últimos anos, que já dura 120 dias e tem deixado os ministros interinos à beira de um ataque de nervos.
Em clima de total indefinição, alguns dos ministros resolveram partir para a reação e mostrar serviço, turbinando suas pastas. Outros, no entanto, paralisaram suas ações, mesmo contando com orçamentos bilionários.
As situações mais críticas ocorrem em pastas cujos titulares já sabem que vão deixar o governo: o da Saúde, Agenor Silva (responsável por um orçamento de R$ 66,3 bilhões); o de desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel (orçamento de R$ bilhões); e o da Justiça, Márcio Thomaz Bastos (orçamento de R$ 6,5 bilhões).
Da mesma forma que os ministros que vão sair estão angustiados e querem resolver sua vida, lá fora, nomes já tidos como certos para o novo Ministério de Lula vivem a síndrome pré-reforma e não escodnem o desejo de entrar oficialmente para o time da Esplanada.
A indefinição tem levado muitos a adiarem planos, cancelarem férias, viagens, providências familiares. Estão de plantão em Brasília esperando o anúncio.
- Já levei muitas roupas para São Paulo, mas...- disse Thomaz Bastos, da Justiça, numa das muitas vezes em que foi perguntado sobre quando sai.
Mas depois de deixar a reforma ministerial em banho-maria durante quatro meses, o presidente Lula começou a emitir sinais de que a mudança no primeiro escalão já está praticamente fechada e deve ser anunciada nos próximos dias. Mais por causa das pressões políticas que pelo receio que pelo receio de que a indefinição comprometa o andamento do governo. Lula repete, desde que foi reeleito, que o corpo técnico que está no Ministério é competente e vitorioso.
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