Enquanto o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não decide se vale ou não a coligação entre o PMDB e o PSDB no Paraná, os correligionários dos dois partidos ficam cada dia mais divididos. A cisão entre os tucanos se torna mais evidente quando se analisa a posição dos que estão ao redor do prefeito Beto Richa (PSDB).
Os secretários municipais Antônio Leonel Poloni (PSDB), do Planejamento, e José Antônio Andreguetto (PSB), do Meio Ambiente vão se licenciar para atuar, respectivamente, como coordenadores do plano de governo e da área operacional da campanha de Osmar Dias (PDT). Já o vice-prefeito e secretário de Saúde, Luciano Ducci (PSDB), chegou a ser convidado para assumir um dos postos de comando de Roberto Requião (PMDB) rumo à reeleição. Tudo, segundo os próprios envolvidos, com o consentimento do prefeito, que está descansando com a família no Ceará.
"Vou trabalhar para o Osmar com o coração. Está sendo gostoso fazer essa campanha", disse Poloni. "O candidato quer ouvir a população e pediu um plano realista, factível", afirmou ele, contando que a decisão de trabalhar para o pedetista foi pessoal. "Pedi a autorização do prefeito e ele aceitou."
O secretário afirma que sua opção por Osmar Dias é antiga. "Se o PSDB tivesse candidato, iria com o partido. Mas como não lançou, fui de Osmar", disse ele, que será exonerado do cargo no dia 20. Poloni faz parte da executiva estadual do partido e, caso seja confirmada a aliança, terá de deixar o PSDB para permanecer na campanha do principal adversário de Requião.
O vice-prefeito Luciano Ducci, caminha em direção oposta. Está bem próximo do PMDB e pode realmente, caso a aliança se confirme, ser coordenador da campanha de Requião. Na quinta-feira, Ducci participou de um café da manhã com o governador, na Granja Cangüiri, com o presidente da Assembléia Legislativa e candidato a vice de Requião, Hermas Brandão (PSDB).
Ontem, o vice-prefeito se reuniu com o coordenador-geral de campanha do governador, Maurício Requião. Ducci vem participando das conversas com o aval de Beto Richa.
Luciano Ducci sempre teve bom relacionamento com o presidente da Assembléia, desde o período em que foi deputado estadual, nos dois primeiros anos do atual mandato, antes de ser eleito vice-prefeito. Apesar de ter tido um posicionamento crítico em relação ao governo estadual enquanto legislou na Casa, especialmente nas questões ligadas ao orçamento destinado à saúde, Ducci não esconde que gostaria de ver Hermas Brandão como vice de Requião.
O vice-prefeito está trabalhando nos bastidores em prol da coligação. Ele adotou o mesmo discurso de Brandão, de que o melhor palanque no Paraná para o candidato a presidente da República Geraldo Alckmin (PSDB) é o do PMDB. Ambos defendem essa idéia, mesmo tendo consciência de que o governador já frisou que não dará palanque ao tucano e que membros peemedebistas estão ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois esperam que os correligionários requianistas apóiem o ex-governador de São Paulo.
Queda de braço
Enquanto a confusão não se resolve no TRE, Requião e Osmar disputam, palavra a palavra, gesto a gesto, o apoio dos tucanos. O candidato do PDT tem dito que gostaria muito de ver a retribuição de Beto Richa e companheiros ao apoio dado na eleição de 2004. Já o governador não perde uma oportunidade de exaltar as parcerias entre o governo do estado e a prefeitura.
No último dia 7, a Agência Estadual de Notícias destacou a seguinte manchete: Beto Richa diz que parcerias com o governo melhoram a vida da população em Curitiba. E reproduziu as declarações do prefeito, que "mencionou os acordos com a administração estadual para pavimentação de ruas e construção de unidades de saúde". Para a semana que vem, uma série de eventos e lançamentos em parceria entre as administrações estadual e municipal está programada. A agenda é administrativa.
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