O número de infectados pelo HIV entre adultos jovens, usuários de drogas injetáveis e crianças abaixo de cinco anos sofreu um queda nas últimas décadas, informou um boletim epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira. No entanto, o ministério observou que a incidência da doença mantém-se estável, mas em patamar ainda elevado, de 17,2 para cada 100 mil habitantes.
De 1980 a junho de 2005 foram registradas 371.827 casos da doença no país. De um modo geral, a mortalidade provocada pela Aids mantém-se estável em 6,4 óbitos por 100 mil habitantes desde 1999. Em 2004, esse número atingiu 6,1.
No caso das crianças de até cinco anos, infectadas pelas mães, houve uma queda significativa da incidência a partir de 1998, quando foram registrados 943 casos. No ano passado, foram 703. A queda é constante, apesar de pequena. De janeiro a junho de 2005, foram registrados 221 casos nessa faixa etária.
Os dados do boletim do Programa Nacional de DST/Aids também mostram uma redução importante na infecção entre os usuários de drogas injetáveis. Em 2004, o número de casos registrados entre homens e mulheres usuários de drogas foi três vezes menor do que em 98. Há seis anos, os casos entre os homens usuários de drogas correspondiam a 20,8% do total dos casos das doenças no sexo masculino no país. No ano passado, esse percentual caiu para 11%.
Entre os dados divulgados, o que mais preocupa o Ministério da Saúde é o aumento dos casos notificados entre a população negra e parda. Segundo o boletim, houve uma queda da incidência entre as pessoas que se dizem brancas e um aumento entre os que se declaram negros ou pardos.
Em 2003, os homens de cor branca respondiam por 60,7% dos casos de infecção pela doença e as mulheres brancas, por 58,3%. Em 2004, o percentual caiu para 56,6% entre os homens brancos e para 52,8% entre as mulheres. Já os homens negros e pardos respondiam em 2003 por 38,5% dos casos registrados e as mulheres, por 40,6%. Em 2005, com os dados contabilizados até junho, a incidência da Aids entre os homens negros e pardos subiu para 43,3% e entre as mulheres, para 45,2%.
O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, associa o crescimento da incidência de Aids entre os pretos e pardos ao fato de serem maioria entre os pobres e de terem pouco acesso a informação e atendimentos de saúde. Por isso, essa população será alvo de uma campanha nacional que se inicia nesta quinta-feira, com pronunciamentos do ministro Saraiva Felipe e da secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, em rede nacional de rádio e televisão.
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