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O presidente da entidade, cardeal Raymundo Damasceno, destacou ser legítimo o direito da população em “reivindicar seus direitos e manifestar seus desejos” | PW/da/PAULO WHITAKER
O presidente da entidade, cardeal Raymundo Damasceno, destacou ser legítimo o direito da população em “reivindicar seus direitos e manifestar seus desejos”| Foto: PW/da/PAULO WHITAKER

A insatisfação da sociedade, se “negada ou mal administrada”, pode enfraquecer a democracia no país e por isso é preciso estabelecer um diálogo que supere “os radicalismos e impede o ódio e a divisão”. O tom cauteloso em relação aos protestos previstos para este domingo (15) está em nota divulgada nesta quinta-feira (12) pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

O presidente da entidade, cardeal Raymundo Damasceno, destacou ser legítimo o direito da população em “reivindicar seus direitos e manifestar seus desejos”, mas ponderou que, até o momento, não há motivação concreta para um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, como defende parte dos manifestantes. “Não há nenhum indício de algum ato que possa justificar qualquer denúncia contra a presidente da República”, disse Damasceno, arcebispo de Aparecida (SP). Ele ponderou que “os ânimos se exacerbaram durante a campanha política” de 2014 e que tal “tensão” continua. “Sobretudo através das redes sociais. Mas temos que superar esse momento.”

“Existem normas, regras, para um pedido oficial de impeachment. Creio que não chegamos a esse nível”, completou dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB.

Na nota, a entidade pondera que as manifestações são “comuns em épocas de crise” e um “direito democrático que deve ser assegurado a todos”. “Cobrar essa resposta é direito da população, desde que se preserve a ordem democrática e se respeitem as instituições da comunidade política”, completa o texto.

Encontro com Dilma

A pedido do Planalto, o presidente da CNBB terá, na tarde desta quinta, uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. Este é o primeiro encontro no segundo mandato de Dilma. “Fomos convidados. Temos que ver o que ela nos dirá e os temas que serão tratados nessa audiência”, disse Damasceno.

O cardeal afirmou não temer que as manifestações possam retomar um cenário enfrentado pelo país no passado, em referência à ditadura militar. “Ninguém quer passar por essa experiência novamente. Creio que ninguém queira passar por esse perigo.”

Damasceno encerra seu mandato à frente da CNBB em breve: no próximo mês, será eleita a nova presidência da entidade.

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