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Investigado por suspeita de envolvimento com a milícia da Favela Rio das Pedras, em Jacarepaguá, o inspetor Félix dos Santos Tostes ocupou cargo de assessor no gabinete da Polícia Civil até o dia 30 de janeiro. Citado como um dos principais chefes do grupo paramilitar, Félix foi transferido para o Setor de Pessoal em Situação Diversa (SPSD) por "conveniência disciplinar". Publicado no Boletim Informativo (BI) número 21, o ato foi assinado pelo chefe da Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, nomeado no início do ano para substituir o delegado Ricardo Hallak. As milícias já tomaram do tráfico mais de 90 favelas no Rio. Antes de assumir o cargo, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, prometeu combater esses grupos.

A suspeita de ligação com a milícia de Rio das Pedras também não impediu Hallak de conceder a Félix a Medalha de Honra, Fidelidade e Devotamento da corporação, em setembro do ano passado. Na cerimônia, realizada na Academia de Polícia Civil (Acadepol), Félix recebeu a medalha das mãos do delegado.

Procurado pelo GLOBO, Hallak, lotado atualmente na 2 Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (CRPI), em Araruama, não foi localizado para comentar o caso. Em março de 2005, Félix também foi homenageado com a Medalha Pedro Ernesto, concedida pelo vereador Nadinho de Rio das Pedras.

O nome do inspetor figura entre os suspeitos de ligação com milícias em relatórios da Subsecretaria de Inteligência (SSI) e investigações das corregedorias de Polícia Civil e Geral Unificada. Apesar dos indícios, apenas no fim do mês passado o policial foi afastado das suas funções. O GLOBO buscou ouvir Gilberto Ribeiro e seu assessor sobre o caso. Até as 21h de ontem, no entanto, eles não se manifestaram. O inspetor não foi localizado pelo jornal.

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