Com reunião marcada para quarta-feira (10), às 10h, a instalação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na véspera do feriado de Corpus Christi, ainda é uma incógnita. No PMDB, o líder Renan Calheiros (AL) aguarda a reunião da CPI das ONGs para que o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) seja reconduzido ao cargo de relator.

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Nesta semana, por uma interpelação do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), a Mesa Diretora do Senado deu parecer de que cabe ao plenário da CPI definir quem será o relator. Como os governistas têm maioria, esta recondução só deixa de ocorrer caso não haja reunião da comissão de inquérito que investiga irregularidades de repasses de recursos públicos a entidades filantrópicas.

Renan Calheiros disse à Agência Brasil que resolvido esse problema os trabalhos da CPI da Petrobras poderão começar na quarta-feira (10) com a votação do presidente que, por sua vez, escolherá o relator. O líder do PMDB ressaltou que a bancada ainda não definiu se indicará o presidente ou o relator da comissão de inquérito.

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O senador João Pedro (PT-AM), um dos cotados para assumir a presidência caso os peemedebistas optem pela relatoria, é cauteloso na avaliação de quem ficará com os cargos de direção. "O PMDB colocou o Raupp [senador Valdir Raupp (RO)] como titular. Na política não é bom antecipar porque as mudanças acontecem muito rapidamente", afirmou.

Na oposição, DEM e PSDB têm expectativas um pouco diferentes quanto à instalação da CPI na véspera do feriado de Corpus Christi. O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), acredita que haverá quórum no Senado para que a comissão inicie as atividades.

Ele ressaltou que a Casa tem que votar as indicações dos novos titulares do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na próxima semana. O mandato dos atuais representantes do conselho acaba no dia 15 de junho. "É preciso votar [as indicações para o CNJ]. Se tem quórum para essa votação em plenário, terá para instalar a CPI", disse o parlamentar que não acredita em manobra para protelar as investigações sobre supostas irregularidades na estatal.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), atual relator da CPI das ONGs nomeado pelo presidente Heráclito Fortes (DEM-PI) por uma manobra regimental, não está tão convicto quanto seu colega de oposição. "Por um fervor religioso [motivado pelo feriado santo] nós temos que acreditar neste milagre".

Arthur Virgílio acrescentou que estará em Brasília na próxima semana para acompanhar o desenrolar das articulações na base aliada sobre a distribuição dos cargos de direção. "Ficarei furioso por deixar de estar em meu estado num feriado, se não instalarem a CPI por falta de quórum. Eles [senadores do PMDB e do bloco do governo] terão que rezar pelo menos 60 Ave-Marias."

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