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Derosso, durante depoimento à CPI, ontem: vereador diz que é vítima de perseguição política | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Derosso, durante depoimento à CPI, ontem: vereador diz que é vítima de perseguição política| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Justiça nega pedido de sigilo em processo contra Derosso

Vereador havia pedido que ação corresse em segredo para "salvaguardar sua honra". Para juiz, lei de improbidade não prevê sigilo.

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O presidente licenciado da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), depôs ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades nos contratos de publicidade da Casa. Favorecido por perguntas pouco incisivas dos vereadores, Derosso negou as denúncias e voltou a atacar a imprensa e o Tribunal de Contas do Paraná (TC).

Durante o depoimento, De­­­rosso contou com a "ajuda" dos próprios vereadores da CPI, que por várias vezes fizeram sua defesa. O relator da CPI, Denílson Pires (DEM), classificou as notícias como "denuncismo" e perguntou ao presidente licenciado se ele não estava sendo vítima de perseguição por diminuir as verbas de publicidade pagas às empresas de comunicação. Paulo Frote (PSDB) disse que Derosso havia "mexido com os interesses dos veículos de imprensa".

Derosso afirmou sofrer preconceito. "Os poderosos do Batel, do Cabral e dos grandes bairros nobres não querem um vereador que veio lá do bairro Xaxim como vice-prefeito", queixou-se o verea­­dor. E insinuou que a imprensa estaria conspirando para eleger Gustavo Fruet (PDT) prefeito de Curitiba. "Querem impor seu candidato goela abaixo da população. Candidato esse que todo mundo sabe quem é", disse.

A vereadora Nely Almeida (PSDB), em vez de fazer uma pergunta, preferiu "explicar" porque o vereador se manteve por 15 anos no comando da Câmara. "Derosso era tão competente que, quando a gente ia escolher um presidente, todos apenas concordavam com o nome dele", comentou. Derosso concordou: "Eu acho que continuo competente".

TC e MP

Derosso aproveitou a oportunidade para criticar o TC, dizendo que não teve a oportunidade de se defender e que teve ciência dos trabalhos do tribunal pela imprensa. Segundo Derosso, funcionários do TC vazaram as informações sobre todo o processo com o intuito de prejudicar sua campanha à vice-prefeitura de Curitiba. O vereador disse, ainda, que as denúncias apresentadas pelo Ministério Público do Paraná (MP) foram "levianas" e que não havia indícios de irregularidade.

Sobre as supostas irregularidades, Derosso falou pouco. Reafirmou que não tinha um relacionamento com Cláudia Queiroz Guedes em 2006, quando foi realizada a licitação na qual a empresa dela, a Oficina da No­­­tícia, foi vencedora. O vereador disse que já a conhecia desde 2004, por causa do trabalho da jornalista.

Derosso admitiu que em 2008, quando o contrato foi prorrogado pela primeira vez, os dois já tinham um relacionamento. Mas afirmou ter um parecer jurídico afirmando que isso seria legal. Ele disse que um rompimento no contrato poderia trazer prejuízo à Câmara. Ne­­nhum vereador questionou, entretanto, qual seria o prejuízo.

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