Algumas cópias de cheques do Banco do Brasil, emitidos pelas agências de publicidade do empresário Marcos Valério, apresentavam valores tão elevados que surpreenderam os integrantes da CPI dos Correios, que recebeu nesta quinta-feira nove caixas de documentos do BB. Um dos cheques tem o valor de R$ 9,7 milhões. Depois de uma rápida reunião, o presidente da CPI, o relator e alguns integrantes decidiram pedir nova documentação detalhada ao Banco do Brasil.

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Até agora, a CPI havia recebido e analisado apenas a movimentação bancária das agências de publicidade no Banco Rural. O início do exame dos cheques do Banco do Brasil provocou no início da tarde alvoroço entre parlamentares, o que levou alguns deles a relatar a situação à imprensa. O relator pediu então que o banco enviasse um técnico à CPI para que desse explicações sobre o conteúdo dos papéis, mas ele também teve algumas dúvidas.

O presidente da CPI e o relator decidiram então pedir ao Banco do Brasil documentos detalhados, bem explicados, que mostrem a origem e o destino do dinheiro movimentado.

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- O Banco do Brasil não está sonegando as informações; apenas houve um mal entendido no nosso pedido - afirmou à imprensa, já à noite, o senador Alvaro Dias (PSDB-P), integrante da CPI.

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) mostrou-se alarmado com a movimentação das empresas do publicitário Marcos Valério no BB. Ex-bancário, chegou a afirmar que o cheque de R$ 9,7 milhões fora sacado 'na boca do caixa', mas o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-P), informou depois das explicações do técnico do Banco do Brasil que o cheque havia sido emitido pela agência de publicidade DNA para a conta particular de Marcos Valério.

Alguns deputados que tiveram acesso às cópias dos documentos informaram a jornalistas que existem novos beneficiários dos cheques das agências de publicidade, inclusive um deputado. Os valores teriam sido repassados aos beneficiários em espécie, em Belo Horizonte e Brasília.

O Banco do Brasil prometeu à CPI encaminhar ainda nesta sexta-feira uma primeira parte da nova documentação, com fitas de caixa mostrando a origem e a destinação de dinheiro. O restante deverá chegar na próxima semana. Para facilitar, o presidente da CPI, senador Delcidio Amaral (PT-MS), pediu apenas movimentações financeiras superiores a R$ 30 mil, contra os R$ 2 mil já enviados.

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