A Assembleia Legislativa do Paraná adiou para o ano que vem o término da investigação sobre a atuação da Fundação Copel, o fundo de previdência dos funcionários da estatal, no caso da compra de ações do Terminal Portuário Ponta do Félix. A Comissão de Fiscalização da Assembleia não conseguiu ouvir ontem o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, e o presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Copel, Marlos Gaio.
Eles haviam sido convidados a participar de uma audiência para explicar as negociações para a compra das ações do Terminal Portuário Ponta do Félix, em Antonina. A audiência estava marcada para a manhã de ontem. Mas todos pediram para adiá-la. "Eles argumentaram que não poderiam se fazer presentes por conta de compromissos profissionais. Diante disso, a audiência vai ficar para o ano que vem", disse o deputado Artagão Júnior (PMDB), que preside a comissão de fiscalização.
A Previ, fundo previdenciário dos funcionários do Banco do Brasil, havia colocado 42% das ações do terminal à venda. O governador Roberto Requião acusou a Fundação Copel de ter desobedecido uma ordem para comprar as ações. A desobediência custou o emprego do presidente da fundação, Edilson Bertholdo que informou que a desistência ocorreu porque a Appa manifestou interesse em adquirir as ações.
Apesar de a audiência ter ficado para 2010, o deputado Durval Amaral (DEM) disse que aguarda que os três respondam, ainda neste ano, um questionário elaborado por ele. "Essas perguntas foram encaminhadas há mais de três semanas e até agora não tive nenhuma resposta."
Paulo Pimentel
No ano que vem, a Comissão de Fiscalização também poderá apurar se o ex-presidente da Copel Paulo Pimentel teria sido o responsável por um prejuízo de R$ 36 milhões à Fundação Copel, como acusou o governador Roberto Requião.
"O trabalho desta comissão está focado nas ações da Ponta do Félix. Mas se o relator (deputado Durval Amaral) entender por bem ampliar a investigação, no caso envolvendo a denúncia contra o Pimentel, eu darei toda a retaguarda para ele desenvolver o trabalho", disse Artagão.
Requião acusou Pimentel de ter provocado um rombo de R$ 36 milhões por supostamente ter desobedecido ordem do governador de retirar dinheiro do fundo que estavam no Banco Santos. Requião afirma que teve informações de que o banco poderia quebrar, o que de fato ocorreu, e determinou a retirada dos recursos da fundação investidos. Pimentel nega ter causado o prejuízo.
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