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Investigada foi flagrada tentando destruir possíveis documentos. | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Investigada foi flagrada tentando destruir possíveis documentos.| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Desde a prisão em flagrante do auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, em janeiro, sob a acusação de favorecimento à prostituição de adolescentes em Londrina, outras pessoas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) teriam começado a destruir provas, de acordo com a investigação.

Souza também responde pela suposta participação em um esquema criminoso na Receita Estadual de Londrina, que cobrava propina para cancelar ou reduzir dívidas de empresários com o Fisco. As provas destruídas seriam dessa última acusação.

Uma das tentativas de destruição de provas teria sido praticada por Ana Paula Lima, auditora fiscal e mulher de Márcio de Albuquerque Lima, atualmente foragido; e a outra, supostamente por Rosineide de Souza, servidora municipal e irmã de Souza. Embora seja considerada suposta integrante do grupo investigado, Ana Paula não teve a prisão decretada. Já Rosineide está presa desde março.

A primeira tentativa de destruição de provas teria sido a de Ana Paula Lima, que, segundo os investigadores, teria contado com a ajuda de uma sobrinha do empresário Luiz Abi Antoun, parente do governador Beto Richa.

Segundo a investigação, o sistema de vigilância do prédio onde moram Ana Paula e o marido gravou imagens dela saindo com vários documentos, com a ajuda da sobrinha de Abi, em 2 e 3 de março, por volta das 21 horas. No dia 2, Lima foi exonerado do cargo de inspetor-geral de fiscalização da Receita. Os mandados de busca e apreensão seriam cumpridos em 5 de março.

Defesas negam participação de clientes

O advogado Douglas Maranhão, que defende o ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual Márcio de Albuquerque Lima, disse que ainda não teve acesso à denúncia do Ministério Público e que só se manifestará depois de conhecer o conteúdo do processo. Maranhão afirmou que não é advogado de Ana Paula Lima, mulher do ex-inspetor geral e suspeita de tentar destruir documentos. O advogado acrescentou que não sabe se Ana Paula foi denunciada e que ela está em férias. Walter Bittar, advogado de Rosineide de Souza, tem dito que a cliente está presa somente por ser irmã de Luiz Antônio de Souza, acusado de ser um dos líderes da organização criminosa na Receita. Ele também é advogado de Souza. A reportagem não localizou o advogado do delegado-chefe da Receita de Londrina, Dalton Lázaro Soares.

A sobrinha de Abi não foi denunciada porque não foi comprovado que ela soubesse sobre a indisponibilidade pela Justiça dos documentos que ajudou a esconder.

No caso de Rosineide de Souza, a suspeita do Gaeco é de que ela teria rasgado folhas da própria agenda que comprovariam seu envolvimento com os negócios do irmão, para impedir que os documentos fossem apreendidos.

Rosineide foi flagrada tentando destruir as folhas. O episódio é narrado no auto de apreensão redigido pelos oficiais de Justiça que cumpriram o mandado.

Vazamento

Além das tentativas de destruição de provas, informações sobre as investigações do Gaeco começaram a vazar antes mesmo das primeiras prisões, em janeiro. Segundo os investigadores, em 3 de novembro, o então delegado-chefe da Receita de Londrina, Dalton Lázaro Soares, foi informado oficialmente sobre as investigações em andamento.

Apesar do pedido para manter sigilo, dois dias depois ele teria alertado o contador de uma das empresas envolvidas no esquema de corrupção a respeito das investigações, na sede da Delegacia da Receita Estadual em Londrina, segundo as apurações feitas até o momento.

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