Personagens da Operação Lava Jato doaram para a campanha de Zeca Dirceu (PT) para deputado federal, em 2010. Os irmãos Milton e José Adolfo Pascowitch e o lobista Julio Camago doaram R$ 10 mil cada para o então candidato, que é filho do ex-ministro José Dirceu,preso na segunda-feira (3). Chama a atenção que os três pagamentos foram feitos em apenas dois dias – um no dia 27 e dois no dia 28 de julho de 2010.
Milton é proprietário, junto com seu irmão, da empresa Jamp Engenheiros Associados, e é o pivô da chamada fase Pixuleco da Operação Lava Jato. A empresa teria sido usada pela Engevix para pagar propinas a José Dirceu, incluindo a reforma de uma casa, no valor de R$ 1,3 milhão, e na contratação de táxi aéreo, segundo as investigações. Milton foi preso no dia 21 de maio, na 13ª fase da Lava Jato, e aceitou se tornar delator. José Adolfo não chegou a ser preso, mas prestou depoimento.
Já Camargo é lobista e teria intermediado o repasse de R$ 137 milhões de empresas contratadas pela Petrobras ao PT, ao PMDB e a funcionários da estatal. Entre os supostos beneficiários dessas propinas, segundo seu próprio depoimento, estariam José Dirceu e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
A reportagem tentou entrar em contato com o deputado, mas não teve sucesso. Na segunda (3), o deputado defendeu o pai nas redes sociais.
Outro lado
Em nota, o deputado federal Zeca Dirceu (PT) informa que “todas as doações recebidas na campanha de 2010 do deputado Zeca Dirceu foram legais e aprovadas pela Justiça Eleitoral”. Ainda de acordo com o texto, “o nome dos doadores é de conhecimento público desde 2010 e já foi, no início deste ano, divulgado novamente por vários órgão de imprensa”.
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