Palácio Iguaçu
Governo do estado silencia sobre o risco de a tarifa integrada acabar
Yuri AlHanati
O governo do estado não comentou as declarações do prefeito Gustavo Fruet (PDT), que colocou nas mãos do governador Beto Richa (PSDB) a continuidade, ou não, da integração da tarifa de transporte. Segundo a administração municipal, a desoneração do ICMS cobrado sobre o óleo diesel anunciada na sexta-feira por Richa não é suficiente para compensar o fim do subsídio do governo do estado para o sistema de transporte capital e região metropolitana.
Diante desse quadro, Fruet afirmou no sábado que trabalha agora apenas com os custos para a manutenção do sistema de Curitiba para definir o novo valor da passagem de ônibus. Os municípios da região metropolitana terão de negociar com o governo do estado para manter a continuidade da tarifa integrada.
Procurada na tarde de ontem, a assessoria do governo afirmou que, por enquanto, não há planos de se fazer nada além da já anunciada desoneração do óleo diesel. O projeto que isenta o ICMS do diesel será encaminhado hoje para a Assembleia Legislativa. No fim da semana passada, os deputados da base governista afirmaram que a votação da matéria deve ser rápida.
Na esteira das negociações para o reajuste da tarifa do transporte público de Curitiba, o prefeito da cidade, Gustavo Fruet (PDT), planeja fazer uma pesquisa Origem e Destino dos usuários do sistema de transporte público da capital. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a pesquisa ainda está em fase de planejamento, mas será realizada ainda neste ano. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) ficará responsável por coordenar esse trabalho. A pesquisa servirá para mapear as necessidades de locomoção dos moradores da cidade e ajudará a prefeitura a definir os rumos do transporte municipal.
O levantamento faz parte de um pacote de iniciativas que Fruet diz pretender implantar para melhorar o sistema de transporte da cidade. Entre essas medidas, está uma auditoria na planilha de custo da tarifa. Na semana que passou, foi publicado em Diário Oficial a criação de uma comissão que irá realizar esse trabalho.
De acordo com o decreto, a equipe contará com representantes da administração municipal, da Câmara de Curitiba, do Ministério Público, do Dieese e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). A comissão, que será presidida pelo presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, terá 90 dias (prorrogáveis por mais 90) para finalizar os trabalhos.
Segundo Fruet, a administração municipal também pretende buscar fontes alternativas para o financiamento do transporte como o uso da mídia embarcada, sistema de publicidade dentro dos ônibus, e que já roda em alguns veículos. Novas obras de desalinhamento do eixo Norte-Sul também estão nos planos da prefeitura. Estudos sobre o que pode ser feito nos trechos principais, incluindo a Praça do Japão, já estão sendo realizados.
Colaborou: Yuri AlHanati